Curta-metragem produzido por oficina de Comunicação é selecionado para o Cine PE

O “12:40” fará parte da mostra competitiva de um dos maiores festivais de Cinema do país


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Dário Júnior relata que primeiros contatos com o cinema foram estimulados por disciplinas iniciais do curso
Dário Júnior relata que primeiros contatos com o cinema foram estimulados por disciplinas iniciais do curso

Jhonathan Pino - jornalista

Foi a partir da oficina de cinema “Da lauda ao filme”, organizada pelo professor do Curso de Comunicação Social, Almir Guilhermino, que nasceu um dos filmes mais promissores de Alagoas em 2012. Depois de ser exibido na II Mostra de Cinema Sururu Alagoano, no 23º Festival Internacional de São Paulo e ter ganho o Prêmio Velho Chico de Cinema Alagoano, do II Festival de Cinema Universitário de Alagoas, tudo em 2012, o curta-metragem “12:40” foi selecionado para a edição deste ano do Cine PE, um dos maiores festivais de audiovisual do país.

Apesar da direção e roteiro ser de Dário Oliveira Júnior, aluno do curso de Comunicação, a ficção é apenas um dos produtos midiáticos produzidos por uma equipe multifacetada e que está dando os primeiros passos juntos ao cinema. “O interessante da oficina é que o coletivo se reveza nas funções: uma hora você está na posição de roteirista, na outra pode ser assistente de direção”, relata Dário.

Com esse modo de fazer cinema já está em processo de finalização o filme “Menina”, além de outras seis ficções e um documentário, a serem produzidos na segunda temporada do “Da lauda ao filme”. “Na época em que começamos a produzir 12:40, a gente não entendia nada de técnica, só de teoria, mas fomos aprendendo a usar as lentes e os outros equipamentos. Acabamos aprendendo na prática e levando a sala de aula para a rua”, acrescenta Dário.

Como o curso não possuía os equipamentos necessários para a produção do filme, a Pró-reitoria de Extensão (Proex) financiou a contratação de uma produtora, a Panan Filmes. Outra figura essencial para a realização do curta-metragem foi dona Jande Silver, mãe do assistente de direção, Paulo Silver: “ela foi a mãe do filme, fornecendo infraestrutura e alimentação para a equipe durante as gravações”, lembra Ísis Silva, continuísta da obra.

Construindo uma história

O curta-metragem apresenta os problemas de um contador endividado, que procura saídas para a sua situação. Ele foi inspirado em um conto, do estudante de Geografia, Thiago Almeida. Para transpor esse drama da literatura para as telas foram utilizados para as gravações locais bem conhecidos da população maceioense, como a Avenida General Hermes, na Cambona, e a estação ferroviária Sururu de Capote, em Bebedouro. Foram dois meses de pré-produção, dois de gravações e mais 15 dias de pós-produção.

Quando for exibido em Recife, no próximo dia 26, além de ver a produção cinematográfica alagoana, cinéfilos de todo o país também terão a oportunidade de ouvir o som do Projeto Sonho, presente na trilha do filme. Trata-se de uma banda experimental que tem entre seus integrantes dois estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo, da Ufal.

No teatro do Centro de Convenções de Pernambuco, onde será exibido a mostra competitiva, estarão aproximadamente 2.300 apaixonados pelo cinema e curiosos em descobrir a origem das histórias exibidas na telona e serão poucos aqueles que terão a oportunidade de apresentá-las. Entre estes privilegiados estarão alguns estudantes da Ufal, os membros de uma modesta oficina de cinema, chamada “Da lauda ao filme”.