Resolver problemas é essencial no processo de ensino-aprendizagem da Matemática
Elisabete Pereira Fernandes classifica como essencial para alunos do ensino fundamental
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Deriky Pereira – estudante de Jornalismo
Resolver equações, solucionar problemas, elevar a potência máxima de estudo para compreender os desafios que ela oferece. Uma área do conhecimento essencial para a inserção de indivíduos críticos na sociedade, a Matemática costuma receber atenção redobrada de muitos estudantes que chegam a perder o interesse nos conteúdos ministrados por conta do seu grau de dificuldade.
Levando em conta que ela ainda está muito ligada ao simples repasse de conceitos e na reprodução mecânica, imaginar que por meio da resolução de problemas ela poderia se tornar mais compreensível, a princípio é confuso. Mas, é o que defende Elisabete Pereira Fernandes, acadêmica do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Alagoas. Com o trabalho “Ensinar e aprender Matemática por meio da resolução de problemas: relatos de experiências do PIBID na escola pública”, Elisabete aponta que isso é possível.
“O processo de ensino da matemática ainda é o básico e esse isolamento de conceitos não permite que o aluno faça conexões do que está sendo abordado em sala com os conhecimentos prévios de sua vida prática. Portanto, a identificação dessa problemática aponta a necessidade de se trabalhar com a resolução de problemas objetivando fazer com que o aluno possa refletir e usar estratégias diversificadas para encontrar soluções para situações vivenciadas dentro e fora do ambiente escolar”, defendeu Elisabete.
De acordo com a estudante, apesar de as operações de adição e subtração fazerem parte do currículo escolar desde os primeiros anos do ensino fundamental, é comum que os alunos cheguem ao 5º ano sem saber resolver problemas do campo aditivo, no qual estão envolvidos esses conceitos de forma isolada ou combinadas.
“Nas aulas de matemática geralmente os problemas são utilizados apenas com o objetivo de avaliar ou fixar um conhecimento debatido em sala, quando na verdade seu ensino deveria partir do problema e não da conceituação, o que sem duvida interfere no processo de aprendizagem dos alunos”, salientou a estudante de Pedagogia.
Em campo
O trabalho de Elisabete foi desenvolvido com uma turma de 36 alunos que fazem o 5º ano do ensino fundamental em uma escola da rede pública de Maceió e proporcionado pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID). O subprojeto Pibid Pedagogia, do qual o trabalho faz parte, é coordenado pela professora Sandra Regina Paz. Num primeiro momento, foi observado que o ensino da matemática era feito com base em repassar conceitos ao invés da resolução de problemas.
“E com o intuito de coletar dados mais concretos, fizemos uma sondagem e descobrimos que 95% da turma não tinha dificuldade em resolver problemas de composição simples. Já nos que traziam ideias de transformação e comparação, respectivamente, notamos uma queda significativa na quantidade de acertos. As crianças utilizam o cálculo numérico como única estratégia para resolver todas as questões e, ainda, sem reflexão e análise, focados apenas nas palavras-chave do enunciado”, lembrou a pesquisadora.
A partir daí, foi concluído que parte dos estudantes resolve um problema nesses moldes aplicando algo aprendido em sala com foco apenas no resultado final. “É provável que esse comportamento é fruto de como tem sido conduzido o ensino de matemática nos anos iniciais do ensino fundamental, visto que os conceitos da disciplina são abordados de forma descontextualizada e pautados em discursos simbólicos”, salientou Elisabete.
E com o intuito de cumprir com o objetivo proposto pelo Pibid, de contribuir com a qualidade da educação pública em Alagoas, várias intervenções didáticas foram aplicadas com o objetivo de desenvolver nos alunos a habilidade de resolver problemas do campo aditivo envolvendo os significados de transformação e comparação. De acordo com Elisabete, as atividades foram fundamentais para desenvolver nos alunos a capacidade de pensar matematicamente.
O Pibid e a formação diferenciada
Na opinião de Elisabete, desenvolver esse trabalho ampliou suas experiências com o ensino da matemática. “Destaco a importância do PIBID no processo de formação do futuro professor polivalente que tem o desafio de ensinar o que nem sempre aprendeu, viabilizando que este permaneça no ambiente escolar com o intuito presenciar as dificuldades relacionadas aos processos de ensino-aprendizagem da matemática e propor intervenções fundamentadas ainda na condição de estudante”, salientou.
Ainda segundo ela, é preciso destacar a importância de participar deste projeto. “Nessa perspectiva, posso dizer que o PIBID-Pedagogia tem um papel importantíssimo de proporcionar uma formação superior diferenciada, na qual temos a oportunidade de vivenciar a prática da pesquisa em educação matemática, o que, com certeza, fará a diferença na nossa atuação como professores, também dessa área, nas séries iniciais”, concluiu.