Estudante de meteorologia representou o Brasil em evento internacional

Anselmo Santos foi nomeado pelo Instituto Nacional de Meteorologia para debater informações de satélite no Uruguai


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Anselmo, o segundo a partir da esquerda, com meteorogistas reunidos no Uruguai
Anselmo, o segundo a partir da esquerda, com meteorogistas reunidos no Uruguai

Lenilda Luna - jornalista 

De 16 a 27 de setembro, foi realizado em Montevidéu, no Uruguai, o curso "Meteorologia por Satélite Aplicado a Latitudes Médias", organizado pelo Consórcio Europeu para a Exploração de Satélites Meteorológicos (Eumesat), Agência Estatal de Meteorologia da Espanha e Direção Nacional de Meteorologia do Uruguai. O encontro teve o objetivo de fortalecer a cooperação científica entre os países da América Latina, que participam da Organização Meteorológica Mundial. 

O estudante do 8º período de Meteorologia da Ufal, Anselmo Manoel dos Santos,  integrante do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), unidade de investigação e desenvolvimento integrada do Instituto de Ciências Atmosféricas (Icat - Ufal), foi nomeado Instituto Nacional de Meteorologia para representar o Brasil neste evento. "Minha apresentação foi sobre Estação de Recepção EUMETCast Américas, enfocando os equipamentos necessários para a montagem de uma estação, e os produtos meteorológicos e ambientais que são gerados no Lapis-Ufal", relatou o estudante. 

Este curso, que teve a participação de  profissionais de centros meteorológicos Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai, Argentina, Peru, Espanha e Uruguai, permitiu o compartilhamento de informações relevantes na área. "Foi um debate importante para o aprofundamento e formação do conhecimento na manipulação de ferramentas de satélite aplicado a ciência meteorológica, e na aquisição de novos conhecimentos e desenvolvimento tecnológicos", destacou Anselmo. 

Paralisação dos serviços nos EUA prejudicam acesso à informação 

Justamente nesse período em que os meteorologistas buscam fortalecer a cooperação científica entre os grupos da América Latina, uma crise no Estados Unidos dificulta o acesso à bancos de dados importantes. "Desde o início de outubro, o governo dos EUA enfrenta um impasse com o Congresso para aprovar o orçamento. Com isso, vários serviços públicos foram paralisados. Aqui na Ufal e em várias outras instituições, os grupos de pesquisa são muito dependentes de informações das agências americanas e estão sendo afetados por essa suspensão de serviços", alerta o professor  Humberto Alves Barbosa, doutor em sensoriamento remoto e coordenador do Lapis. 

O professor Humberto alerta ainda para um impasse nacional, que também está afetando a consulta de bases de dados por parte de pesquisadores de todo o país. "Como se não bastasse a paralisação dos serviços nos EUA, aqui no Brasil temos uma crise no Instituto Nacional de Pesquisas (Inpe). A Justiça Federal determinou a suspensão de 111 contratos temporários de serviço, com isso,  servidores não efetivos podem ser demitidos, prejudicando os trabalhos nessa agência, que também é fonte de consulta para nossos grupos de pesquisa na Ufal", relata o coordenador do Lapis.