Doutorando de Química é o único sul-americano premiado na Escola Avançada de Eletroquímica

Lenilda Luna - jornalista

A Escola Avançada de Eletroquímica, promovida pelo Instituto de Química da USP, já é um evento tradicional na área e reúne doutorando e jovens doutores para compartilhar as pesquisas em desenvolvimento. A edição deste ano, realizada de 7 a 14 de dezembro, foi a primeira de caráter internacional, com a presença de pesquisadores de vários países, como Reino Unido, Alemanha, África do Sul, Canadá, China, Colômbia, México, entre outros.

Justamente por essa diversidade de grupos de pesquisa em Eletroquímica de tantas partes do mundo, a conquista de Leonardo Vieira da Silva, doutorando do Instituto de Química da Universidade Federal de Alagoas, é ainda mais relevante. O poster apresentado por ele, resumindo a pesquisa realizada para o desenvolvimento de sensores eletroquímicos, foi selecionado entre os quatro melhores trabalhos deste ano. Os outros três escolhidos foram trabalhos de pesquisadores europeus.

Leonardo Vieira faz questão de destacar que essa é uma conquista coletiva. "Há anos o IQB realiza pesquisas de qualidade com sensores eletroquímicos que podem representar avanços importantes para detectar desequilíbrios em substâncias presentes no organismo, indicando o surgimento de doenças que podem ser diagnosticadas com mais precisão. Os prêmios que o Instituto vem obtendo revelam a qualidade do nosso trabalho, que se destaca internacionalmente", comemorou o doutorando.

Além de Leonardo Vieira, foram selecionados para participar da Escola Avançada de Eletroquímica, os doutorandos da Ufal, Elton Melo Costa e Yen Galdino Paiva. "Ser selecionado para participar do evento, já significa um reconhecimento da qualidade do trabalho realizado. Temos que valorizar essas conquistas do nosso Instituto e da Universidade como um todo. Apesar de todas as dificuldades para os grupos do Nordeste, as pesquisas realizadas na Ufal estão conquistando reconhecimento pela comunidade científica", destaca Leonardo.

O doutorando acredita que este reconhecimento conquistado pode incentivar outros estudantes a se envolverem mais em grupos de pesquisa. "Esse é um grande mérito dos nossos professores da pós-graduação, em especial a minha orientadora, professora Marília Goulart, que sempre estão incentivando os alunos a participar de eventos científicos nacionais e internacionais, submetendo trabalhos. Essa é uma forma de divulgar o que é produzido no Instituto e de confrontar a nossa produção com a de outros centros de pesquisa", ressalta o doutorando.

A pesquisa de doutorado de Leonardo Vieira, intitulada "Detecção de produtos de Glicação Avançada e Antioxidantes em Modelo Animal de Doença Hepática usando Sensor Eletroquímico baseado em Polímeros Molecularmente Impressos", deve ser publicada em forma de artigo no próximo ano. Leonardo também pretende se inscrever para o doutorado sanduíche, que promove intercâmbio internacional entre doutorandos. "Pretendo passar um ano estudando, na Inglaterra ou na França. Precisamos aproveitar bem essas oportunidades que a Universidade proporciona de ampliar conhecimentos",