Alunos de Engenharia Química desenvolvem ações de valorização da área
Uma série de ações do Centro Acadêmico do curso vem mobilizando alunos e professores
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Déborah Moraes – estudante de Jornalismo
“Você sabe o que um engenheiro químico faz?”. Essa foi a pergunta que os alunos do curso de Engenharia Química da Universidade Federal de Alagoas fizeram. Porém, as respostas não agradaram. A partir daí Christiano Rolim, Diego Rodrigues, Flávio Calheiros, e Wildson Leite, membros do Centro Acadêmico de Engenharia Química (CAEQ) resolveram mudar este cenário e desde o início do ano, junto com outros alunos e professores do curso, vêm desenvolvendo uma série de atividades de valorização e informação a respeito da engenharia química.
A primeira destas ações aconteceu em março de 2014; a 1ª Assembléia dos Discentes de Engenharia Química (Adequi), com o tema Um chamado à reflexão, reuniu discentes, docentes e servidores, que produziram um documento no qual foram apontados pontos que o curso precisaria mudar: infraestrutura, eventos, ensino e atividades acadêmicas extras. O documento foi apresentado à coordenação do curso, à direção do Centro de Tecnologia (Ctec) e assumida como compromisso por eles e pelos gestores do CAEQ, que decidiram voltar as atenções para os problemas apontados.
“Com a 1ª Adequi houve um fortalecimento interno do curso. Como o próprio tema dizia, chamamos todos à reflexão e tivemos grande adesão e apoio de todos. Formamos uma parceria, baseados num diálogo amplo e proveitoso, respeitando o perfil heterogêneo dos alunos. Quem não contribuiu na organização das atividades, contribuiu com ideias, indicações e contatos. E quem estava em evidência naquele momento era o curso e a profissão”, contou Wildson Leite, vice-presidente do CAEQ e coordenador da Adequi.
Apontando problemas e soluções
No curso, o estágio é obrigatório e reservado ao último período do curso, sendo a formação do aluno totalmente dependente do cumprimento desta atividade. O aluno deve perfazer 360 horas de estágio supervisionado em empresas ou instituições atuantes nas áreas de conhecimento e nos campos de sua atuação profissional. Porém, muitos alunos acabam atrasando sua formação por não conseguirem empresas que ofereçam essas vagas.
O motivo encontrado para essa dificuldade foi, principalmente, o desconhecimento do que um profissional da área faz e a falta de contato com as empresas. A partir disso, os jovens organizaram uma rede de articulação entre universidade e empresas que hoje é coordenada por Christiano Rolim, estudante do 7º período. “O que fazemos é basicamente apresentar às empresas o que um profissional de Engenharia Química faz e as vantagens de se contratar um estagiário nessa área, além de informar aos alunos as vagas colhidas a partir do nosso contato com elas. Além disso, desenvolvemos um folder informativo que está sendo distribuído entre as empresas”, explicou.
Outra atividade que os jovens fazem questão de destacar são as prévias da Semana de Engenharia Química, que ofereceram palestras e visitas técnicas em parceria com empresas como Petrobrás, Usina Santo Antônio e Petrosynergy. “O evento agradou os estudantes, fortaleceram laços com as empresas participantes e criaram mais visibilidade e ansiedade pra agosto”, contou Diego Rodrigues, aluno do 8º período e presidente do CAEQ. Ele reforça ainda que mais uma edição das prévias da Semana de Engenharia Química será realizada em agosto.
A paixão pela Engenharia Química
Os jovens descreveram a Engenharia Química como a engenharia das transformações (Do material bruto em produto final) em escala industrial. Realizando isso de forma economicamente viável, maximizando lucros e minimizando custos e o engenheiro químico como um profissional macro, que pode trabalhar em todas as áreas da indústria, desenvolvendo atividades de processamento, controle, segurança, produção, vendas e logísticas e como tal, deveriam aplicar suas habilidades principalmente, na transformação da realidade do curso.
O fator principal que motiva os alunos a realizarem tais atividades é a paixão pela área que escolheram e a credibilidade que depositam na universidade e em seus alunos. Flávio Calheiros, do 7º período e coordenador da Semana de Engenharia Química, também fez intercâmbio em Portugal e disse que os alunos brasileiros são tão bons quanto os portugueses. “O potencial deste curso e dos profissionais que aqui se formam é igual ou até superior aos de lá, mas ainda perdemos em questões estruturais”, revelou o estudante. Mais informações na página do CAEQ.