Maceió recebe 700 estudantes para discutir comunicação e sociedade

Encontro Nacional de Comunicação mobiliza militantes de todo o Brasil que ficarão na capital até o próximo dia 26


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Equipe da Executiva, organizadora do Enecom
Equipe da Executiva, organizadora do Enecom

Márcio Anastácio – estudante de Jornalismo

Organizados em delegações estaduais, cerca de 700 estudantes vindos de todas as regiões do Brasil, vão mexer com o cotidiano de Maceió. Realizado no campus da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), o Encontro Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (Enecom), em sua 35ª edição, apresenta o tema Educação às avessas: da formação que temos à comunicação que queremos.

A Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (Enecos) é organizadora do evento, considerado o maior do gênero no País. O Enecom começou no último sábado (19) e vai até 26 de julho e vai debater comunicação e sociedade. Farão parte da programação apresentação de trabalhos científicos, audiovisuais, oficinas, minicursos, núcleos de vivência (NV), grupos de discussões (GD) e painéis.

O tema central é a qualidade de formação dos comunicadores sociais, mas a executiva também levantará discussões sobre outras áreas. É o caso das plenárias de mulheres e diversidade sexual, que irão colocar no centro das discussões as questões de gênero e opressões cotidianas vividas por gays, lésbicas, trans e bissexuais.

Para a educomunicadora Carol Araújo, integrante do Bruta Flor Coletivo Feminista, esse tipo de espaço constrói caminhos para uma sociedade sem machismo. “Quando se fala em feminismo logo somos associadas a pessoas radicais. Pode ser porque defendemos a ideia radical de igualdade entre homens e mulheres. A plenária de mulheres irá contribuir para estreitar o cerco contra o machismo”, afirmou a militante de Campina Grande.

Oficinas, núcleos de vivências e grupos de discussões estão na programação

Com cerca de 30 oficinas, minicursos e grupos de discussões, o Enecom vai colocar em cheque o modelo de comunicação hegemônico, mostrando alternativas para os estudantes de como fazer uma comunicação contra-hegemônica. Leitura cinematográfica, Jornalismo cultural, estratégia e planejamento de Relações Públicas, mídias sociais e produção cultural são alguns temas que vão integrar a programação.

Para o estudante de Jornalismo da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Guilherme Alves, a Enecos exerce um papel fundamental na sua formação. “A gente quer falar sobre democratização da comunicação, dialogar sobre como os LGBTTs são retratadas na mídia, apontar novas perspectivas para a comunicação, mas em sala de aula temos pouco espaço para isso; se não fosse a Enecos esses debates se perderiam durante minha formação”, revelou o carioca.

Um dos momentos mais esperados do evento, os núcleos de vivências (NVs) vão proporcionar uma imersão na cultura alagoana e revelar experiências de moradores de comunidades periféricas, projetos de inclusão social e pontos de resistência. Serão, pelos menos, 15 núcleos como: a Vila dos Pescadores do Jaraguá, Coopvila, Quilombo dos Palmares, Projeto Inaê e Mirante Cultural.

Segundo a coordenadora-geral da Enecos, Mari Buente, os núcleos de vivência não saem fácil da cabeça do participante. “Imagina sair do seu cotidiano e mergulhar durante um dia inteiro em uma realidade que não é a sua. Faz você rever sua postura frente as suas atividades diárias. Outros olhares sobre as comunidades marginalizadas, para as religiões de matrizes africanas, ou até mesmo para pessoas que ousam fazer diferente é o grande legado dos NVs”, disse a baiana.

Serviço:

Encontro Nacional dos Estudantes de Comunicação Social Enecom)
Realização: Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (Enecos)
Diretório Acadêmico Freitas Neto
Onde: Universidade Federal de Alagoas, Campus A. C Simões, em Maceió
Quando: de 19 a 26 de julho de 2014
Mais informações: www.enecos.com.br/enecom2014
Mídias sociais: @enecomalagoas e face