Aluna do Programa de Licenciatura Internacional recebe premiação em Coimbra
Ana Carolina é estudante de licenciatura em Química da Ufal e estudou dois anos em Portugal
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Lenilda Luna - jornalista
Recentemente, no dia 13 de agosto, estudantes do Programa de Licenciatura internacional (PLI) estiveram avaliando a conclusão do ciclo de dois anos de estudo, encerrado agora em julho, em universidades de Portugal que mantêm intercâmbio com a Ufal. O programa foi criando em 2010, com o apoio e financiamento da Capes, para contribuir com a melhoria do ensino e da qualidade na formação inicial de professores, nas áreas de Química, Física, Matemática, Biologia, Português, Artes e Educação Física.
Ana Carolina Fradique de Lyra, estudante de Química Licenciatura da Ufal, campus Maceió, foi uma das participantes do Programa de Licenciatura Internacional, que confere ao aluno dupla diplomação. Segundo a estudante, em 2012, os professores Paulo César, Sílvia e Wander do Instituto de Química e Biotecnologia tiveram a iniciativa de enviar um projeto para a Capes. "A partir daí, sete alunos de Química, sendo quatro de Maceió e três de Arapiraca, tiveram a oportunidade de estudar em Portugal, e eu estava entre eles", relatou a aluna.
Como todos os alunos que passaram dois anos em Portugal, Ana Carolina destacou a oportunidade de crescimento pessoal e acadêmico. "Ser protagonista do PLI em Coimbra-Portugal foi uma experiência única em minha vida. O impacto cultural e científico que o programa proporciona para seus integrantes é bem intenso. Durante esse período, de 2012 a 2014, a fase mais complicada foi realmente a inicial, pois é necessário encarar todas as mudanças que acontecem a partir do momento que se decide fazer o intercâmbio", relata a estudante.
Passado o impacto inicial de se adaptar a outro país e à rotina de estudos em uma universidade que está entre as mais antigas e tradicionais do mundo, como é a Universidade de Coimbra, os estudantes alagoanos conseguiram ter um bom desempenho acadêmico. "Vale ressaltar que, para além da coragem, é necessário muita determinação, dedicação e foco para conseguir o grande objetivo: a dupla titulação. Diferente de alguns programas, o PLI exige muito dos seus participantes", destacou Ana Carolina.
A estudante explicou que, para obter os diplomas na Ufal e na Universidade de Coimbra, é preciso, nos dois anos de intercâmbio, ter adquirido pelo menos 120 créditos e para isso é preciso cursar e ser aprovados em uma certa quantidade de disciplinas. "No meu caso, cursei 22 disciplinas e adquiri 123 créditos, garantindo desta forma a dupla titulação. E, para chegar até aqui tive que estudar bastante. Não foi fácil, tendo em vista que a UC possui um ritmo de estudo diferente das universidades brasileiras", contou a estudante.
Prêmio 3% Melhores Alunos
Segundo o relato de Ana Carolina, todos os anos a Universidade de Coimbra atribui um prêmio aos estudantes que ficam entre os 3% melhores em desempenho acadêmico em cada curso da graduação, mestrado integrado e mestrados de continuidade. "Eu não sabia da existência desse prêmio e só tive conhecimento porque meu nome saiu na lista provisória e alguns colegas viram e me avisaram. Quando recebi a notícia fiquei extremamente surpresa e ao mesmo tempo muito feliz", contou a estudante.
A estudante explicou que os principais critérios para a escolha dos premiados são as médias das notas e a quantidade de créditos realizados pelo aluno. "Fiquei muito orgulhosa em saber que todo o trabalho que desenvolvi durante os dois anos de intercâmbio foi reconhecido de alguma forma pela própria universidade européia. E mais feliz ainda porque dentre muitos alunos portugueses que lá estudam eu e mais um brasileiro da Química, de Minas Gerais, fomos contemplados e pudemos desta forma representar bem o Brasil", ressaltou a estudante.
Depois dessa experiência rica, Ana Carolina faz planos de continuar a formação acadêmica. "Espero que, assim como a UC, a Ufal também reconheça os méritos de seus alunos e que esse prêmio, juntamente com minha dedicação e determinação, traga alguma oportunidade de bolsa de estudos, já que quando retornamos a universidade de origem, o PLI não dá nenhuma assistência, sendo este o ponto negativo do programa", ponderou a aluna.
A experiência
Em todos os relatos dos estudantes que fazem intercâmbio internacional, além do crescimento acadêmico, se destacam as oportunidades de conhecer novas culturas e conviver com pessoas de vários países. "Foi muito bom ir para Portugal, estudei muito, conheci outros lugares, outras culturas, ampliei minha visão de mundo em vários aspectos e agora é encarar a realidade do Brasil e esperar que tudo comece a ir se encaixando para que eu consiga de alguma forma ajudar na educação e garantir um futuro melhor para a nossa nação", projetou a estudante.