Estudante de Matemática faz doutorado no Impa antes de terminar a graduação
Alan Anderson Pereira tem 22 anos, é natural da cidade de União dos Palmares e sempre foi destaque na área
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Rosiane Martins - estudante de Jornalismo
Diferentemente da maioria dos estudantes, ele sempre gostou de cálculo e desde cedo tinha um fascínio todo especial pela matemática; tinha como hobby ler livros relativos a matéria e uma das suas atividades preferidas era resolver exercícios de cálculo. Alan Anderson Pereira, 22, é natural da cidade de União dos Palmares, está no 7º período do curso de Matemática da Universidade Federal de Alagoas e recentemente foi destaque no jornal Folha de São Paulo como um dos jovens que estão se destacando no ensino de matemática no Brasil.
Mesmo ainda estando na graduação, Alan já terminou mestrado e atualmente faz doutorado no Instituto Nacional de Matemática Prura e Aplicada (Impa) no Rio de Janeiro. Integrar jovens para fazer pós antes mesmo de terminar a graduação é uma estratégia incomum adotada pelo Impa. Quase sempre, o Instituto busca alunos que tem destaque em Olimpíadas de matemática.
“O Impa é um lugar que te induz de mil formas a estudar matemática e como a matéria é uma das coisas que mais gosto, a experiência tem sido muito boa”, destaca Alan que está no Instituto desde 2012.
O jovem já participou de 14 Olímpiadas: cinco Olimpíadas Alagoanas de Matemática (OAM) onde conquistou duas medalhas de ouro, uma de prata e duas de bronze; três Olimpíadas Brasileiras de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP); ganhou duas medalhas de ouro e uma de prata; além de seis Olímpiadas Brasileiras de Matemática (OBM), conquistando uma medalha de bronze.
Desde a infância Alan já tinha gosto por lógica e raciocínio. Na escola já tinha seu talento pela matemática destacado; foi nessa época que começou a participar de olimpíadas e ressalta que parte da motivação para se aprimorar ainda mais nos estudos veio de seus professores. “Fui apresentado as olimpíadas na 6ª serie pelo meu professor Elivaldo Bezerra. Meu primeiro grande motivador, foi aí que passei a gostar ainda mais da matéria. Já na 8ª série o professor Iedo Bezerra se dispôs a me ensinar a matéria além da sala de aula normal”, ressalta.
O jovem que tem como objetivo ser professor da Ufal, participou de uma olimpíada realizada no Rio e representantes do Impa convidaram os alunos participantes a fazer um curso de verão. “Depois do curso meu orientador de Iniciação Científica da época, Krerley Oliveira, sugeriu que eu me candidatasse ao mestrado; sou muito grato aos professores Krerley e André Contiero que me abriram essa porta”, enfatiza.
Alan também destaca o papel do ensino público em Alagoas como forma de incentivo para outros jovens e diz que o modelo de ensino não é dos melhores, pois a criatividade não é estimulada. “É cultivado na cabeça dos nossos filhos que ciência, matemática, filosofia é coisa de doido. Tolice”, diz.
Mesmo aprimorando seus conhecimentos no Rio de Janeiro, Alan deseja continuar em Alagoas para aplica-los na Ufal, mas desta vez como professor. “Quero motivar mais pessoas, pois é a única forma que tenho de agradecer a cada pessoa que me incentivou, gostaria de destacar companheiros de estudos Hiago Rocha e Bruno Berle. Sou alagoano e desejo que a minha terra se desenvolva, tanto no contexto de ciência, como o de cultura geral e política”, enfatiza.
Sempre muito humilde Alan ressalta o segredo do seu desenvolvimento. “O potencial é o quanto você gosta da coisa e está disposto a se dedicar a ela”, relata. E, a todo momento, fez questão de citar o nome de seus professores, colegas de classe e de estudo. O menino do interior de grande talento e potencial conseguiu alçar voos maiores e só prova que a relação bem-sucedida de escola, aluno e professor pode ter como consequência a realização de sonhos.