Ex-alunos do Campus Arapiraca partilham experiências exitosas com a matemática
Eles desenvolveram o gosto pela área e continuam os estudos no mestrado
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Thâmara Gonzaga - jornalista
Sebastião Paz e Cláudio Pereira são ex-alunos do Campus Arapiraca da Ufal e, apesar das experiências distintas de cada um na educação básica, ambos desenvolveram o gosto pela matemática, continuando os estudos na graduação, no mestrado e, no caso de Pereira, tornando-se até professor da disciplina na rede pública de ensino.
Cláudio conta que o ensino médio, concluído em Sergipe, foi um período complicado. “Infelizmente, peguei um período de greves e isso fez com que eu passasse sem aprender muita coisa, esse fato dificultou muito os estudos quando ingressei na Ufal”, lembra. Na época da graduação, ele conta sobre a necessidade de se dedicar ainda mais. “Estava sempre estudando duplamente, os assuntos do médio junto com os assuntos dados pelos professores. Por volta do 5º e 6º períodos, cheguei a reprovar na primeira disciplina, mas, superado esse momento, consegui desenvolver o esperado e concluir o curso sem maiores problemas”, conta.
Aluno da segunda turma do curso, ele recorda dos desafios diante do novo, como as disciplinas e o trabalho dos docentes para dar ritmo às atividades. “Nesse sentido, o apoio dos professores foi de grande importância no nosso direcionamento”, afirma o estudante que, além das aulas, dedicava-se às tarefas de monitor.
Já para Sebastião, o contato com a disciplina da área de exatas foi positivo desde o ensino fundamental. Ele recorda que o desejo por estudar matemática começou no 9º ano, mas a escolha pela graduação veio após participar de um projeto de iniciação científica júnior, sob orientação do professor do Campus Arapiraca, José da Silva Barros, no ano de 2010. “Foi crucial para minha escolha participar desse projeto, no qual, semanalmente, eu participava de palestras e seminários. Talvez, este tenha sido um dos motivos pelos quais minha entrada na Ufal não me causou estranhamento”, argumenta. Para concluir a graduação com êxito, ressalta que é preciso esforço para avançar. “O curso me ensinou que não é preciso ser um gênio para estudar e aprender matemática, mas é preciso ter dedicação. Talvez seja este o sentimento que todo estudante deveria ter independentemente de qual curso escolher”, reflete.
Ele lembra que frequentava as instalações da Ufal desde 2010, quando ainda estudava no ensino médio, mas os anos de graduação começaram em 2012. “Foi um período de extrema importância. O curso de Arapiraca tem como objetivo formar professores para a educação básica e me fez perceber que tenho um mundo para explorar além da graduação”, comenta ao acrescentar que dessa oportunidade surgiu o interesse de buscar uma pós. “Tive experiências em diversos eventos dentro e fora do Estado, muitos dos trabalhos que apresentei foi sob orientação do professor Rinaldo, tudo isso agregou muito no sentindo de ter conhecimento do quão abrangente é a matemática”, conta.
Atualmente, os dois estão em cursos de mestrado. Cláudio Pereira estuda no Mestrado Profissional em Matemática (Profmat) da Universidade Federal de Alagoas, no Campus A. C. Simões, e relata que a experiência está correspondendo ao imaginado. “Ingressei por processo seletivo e isso é um sonho para todo aluno que conclui a graduação. Estou conseguindo colocar em prática o que aprendi e ainda rever conceitos aplicados na educação básica”, diz. Sobre as novidades nessa etapa de qualificação profissional, Cláudio é enfático: “Os desafios são comuns a todos os cursos de alto nível, mas a boa base de graduação faz com que acompanhe bem os novos conceitos. As dificuldades vão sempre existir, mas o treino sob os conteúdos as diminui”, ressalta.
Para Sebastião Paz, que desde cedo teve a oportunidade de ter um contato harmonioso com a disciplina dos números, a nova fase de estudos é mais um campo de possibilidades. “A experiência do mestrado tem se mostrado enriquecedora e repleta de novos desafios. Apesar de estar apenas iniciando, já começo a vislumbrar um leque de muitas possibilidades”, afirma ao contar que o interesse pelo mestrado surgiu desde o primeiro período de graduação. Ele estuda no Programa de pós stricto sensu do Departamento de Matemática da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). “Os desafios são imensos e ainda moro em outra cidade, longe da família. Mas o importante é ter dedicação sempre, com o intuito de fazer o leque de possibilidades aumentar”, afirma. “Hoje estou aqui devido ao grande apoio que meus pais me deram, mas o fato de ter um campus da Universidade Federal de Alagoas em Arapiraca foi fundamental para que todo este processo fosse iniciado”, reconhece.
Apoio dos docentes
O professor do curso de matemática, Rinaldo Vieira, fala com satisfação ao lembrar do empenho e das conquistas dos alunos. “É muito gratificante trabalhar com estudantes com perfil de dedicação e de sempre encarar os desafios propostos durante a vida acadêmica”, destaca.
Ele relata que, com o apoio do professor Ornan Filipe, foi criado um grupo de estudos onde se discute tópicos de interesse na matemática para auxiliar os discentes do campus. “Naturalmente, a semente plantada já gera frutos. Temos ex-alunos aprovados em concursos públicos em Alagoas, alguns cursando mestrado em João Pessoa, Maceió, e doutorado na UFPB”, diz. “Os novos alunos vêm participando de seminários no grupo de pesquisa em Análise Aplicada no Núcleo de Ciências Exatas (NCEx), o que nos anima para seguir em frente com o projeto e ratifica a nossa contribuição na formação acadêmica do agreste alagoano”, destaca.