Estudantes representam a Ufal nos Jogos Universitários Brasileiros em Maringá

Equipes disputaram em 4 modalidades; Representante da natação paralímpica conquistou duas medalhas de ouro

Por Thamires Ribeiro – estagiária de Jornalismo
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Estudante Ciane de Jesus da equipe de atletismo. Foto: Arquivo Pessoal | nothing
Estudante Ciane de Jesus da equipe de atletismo. Foto: Arquivo Pessoal

O amor pelo esporte foi o que levou 19 estudantes da Universidade Federal de Alagoas para a 66ª edição dos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs), que aconteceu em Maringá, no Paraná. Equipes de vôlei de praia, natação, atletismo e natação paralímpica competiram com estudantes universitários de todo o Brasil.

O JUBs é realizado anualmente pela Confederação Brasileira de Desporto Universitário (CBDU) e conta com a participação de universidades de todo o Brasil. Neste ano, a Ufal conquistou duas medalhas de ouro através da estudante de Biblioteconomia Érica Ferro, com natação paralímpica nas modalidades 50 metros peito e 50 metros costa. Érica já ganhou diversas medalhas. No JUBs de 2017, a estudante conquistou dois ouros e uma prata.

“Por mais medalhas que eu tenha conquistado ao longo dos meus 14 anos de carreira, ganhar uma medalha é sempre muito especial, ainda mais se, junto com a medalha, eu fizer uma marca satisfatória na prova. O clima da competição foi muito gostoso e a emoção de subir ao pódio, representando a Ufal e Alagoas, foi de uma sensação ímpar. Medalhar no JUBs foi só gratidão e alegria!”, descreve a estudante.

A professora Tatiana Luz, técnica em assuntos educacionais da Pró-reitoria Estudantil (Proest), foi como oficial dos times e acredita que o número de atletas paralímpicos que competem pela Ufal pode crescer. “Agora existem as cotas para deficientes físicos entrarem na universidade, então quanto mais estudantes com deficiência na Ufal, maior será o número de atletas universitários que participam dessas competições e também mais medalhas para a Universidade”, afirmou.

Esforço pessoal e dedicação conjunta

Os estudantes relatam o apoio entre todos os competidores que representaram a Ufal, que mesmo com o tempo apertado entre uma competição e outra, conseguiam tempo para apoiar uns aos outros e lembrar que há uma coisa em comum entre todos eles: o amor pelo esporte.

Como a Ufal não possui técnicos desportivos contratados, os técnicos que treinam as equipes são profissionais graduados em Educação Física que trabalham voluntariamente. Esse é o caso da Karlla Emanuelle, que treina as equipes de atletismo desde 2015.

“O esporte universitário estava muito defasado no estado de Alagoas e por eu ser do esporte desde muito nova e fui atleta universitária, assim que eu recebi o convite eu me propus a passar esse amor que é o esporte também para aqueles que tivessem envolvidos comigo. O esporte é mágico e é transformador. Além disso, eu quero seguir carreira acadêmica e consegui um mestrado voltado para Psicologia do esporte, e para colocar em prática eu teria que ter uma equipe de universitários”, contou Karlla.

Karlla é de Arapiraca, mas isso não impede que ela ajude os estudantes, que são de Maceió, Boca da Mata e Arapiraca, mesmo que seja a distância. “Os treinos, a priori, eram só uma vez por semana aos sábados presencialmente, e durante a semana inteira eles treinavam sistematicamente com uma planilha que eu planejei para cada um. Como alguns são estagiários em academia e outros eram estagiários em piscinas, a gente começou a encaixar os horários deles com as ações que eles desenvolviam, já que a maioria era da Educação Física, então toda a sistemática da planilha era montada em cima do planejamento diário deles, seja aos redores da casa deles ou depois das suas ações de trabalho, no próprio trabalho. E aí eles gravavam o treino para mim, me mandavam, eu corrigia as posturas e o que precisava de desempenho, e eles retornavam a fazer de novo e eu sempre dando esse feedback”, conta a treinadora.

Os estudantes também precisam fazer esforços pessoais para conquistar os objetivos tão esperados. Apesar de serem atletas, eles também precisam se dedicar às aulas e atividades fora da Universidade. Mas, para a estudante de Educação Física Karine Marinho, competidora de atletismo, o que conta é o amor pelo esporte.

“O dia a dia é bastante corrido, aulas, estágios, monitoria no projeto Nadar na UFAL e os treinos. Tivemos que nos reprogramar e encaixar uma hora de treino todos os dias, sem treinador diário, nossa treinadora Karlla nos acompanhava através de vídeos e com ela nos encontrávamos periodicamente. Falta de equipamentos e treinador fixo é o que mais dificulta o crescimento e melhor rendimento dos atletas, porém, mesmo com as adversidades, tivemos muita dedicação e esforço para superar”, relata a estudante.

Apoio da Universidade

Por meio da Pró-reitoria Estudantil (Proest), a Universidade Federal de Alagoas foi de extrema importância para que os estudantes estivessem presentes no JUBs 2018 representando toda a Ufal. A professora Tatiana Luz ressalta que a pró-reitora Silvana Medeiros e o gerente de Esportes, Eriberto Moura, sempre defenderam o “esporte como ferramenta transformadora” e isso foi essencial para o desenvolvimento e a presença dos alunos nos jogos.

“A participação da Ufal nesses eventos é de fundamental importância porque de uns anos para cá as universidades federais vêm perdendo um pouco de espaço nesses eventos. A Ufal esse ano superou as expectativas de todo mundo, a gente teve o apoio da instituição em si e dos envolvidos na Proest. Eles contribuíram para que nós, atletas, pudéssemos viajar, porque foi em um estado distante do nosso. E por conta desse apoio, os atletas foram melhores na competição”, afirmou a estudante Ciane de Jesus, que é da equipe de atletismo.

Para incentivar os estudantes, a Ufal conseguiu fornecer bolsa-auxílio e transporte. Além disso, o Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (Hupaa) forneceu a realização do eletrocardiograma para os testes de aptidão física aos alunos que não tinham condições de fazê-los.

“A Ufal foi de extrema importância nesse processo de incentivo e crescimento do esporte na Universidade. Vale ressaltar, o esforço que a Proest fez para que fosse possível a participação dos atletas da UFAL nas competições, tanto a nível estadual, como regional e nacional. Devemos um agradecimento especial a professora Silvana, ao professor Eriberto, a Tatiana e Calixto que não mediram esforços para tudo fosse possível”, disse Erivelton Santos, que além de atleta universitário de vôlei de praia, é também treinador voluntário.