Ufal abre inscrições de vestibular para assentados da Reforma Agrária
São 50 vagas no curso de Agroecologia do Pronera. As inscrições para o vestibular começam nesta quarta-feira (20) e vão até 20 de julho
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Pela primeira vez, a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) oferece o curso de graduação em Agroecologia pelo Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), destinando 50 vagas para assentados do estado de Alagoas. O curso, que será ofertado no Centro de Ciências Agrárias (Ceca), foi aprovado na sessão do Conselho Universitário (Consuni), no dia 4 de junho deste ano. As inscrições para o vestibular começam nesta quarta-feira (20) e vão até 20 de julho, conforme o edital em anexo.
Segundo o coordenador, Rafael Navas, o objetivo do curso é formar os beneficiários da reforma agrária para atuarem nas áreas de assentamento dentro dos princípios da agroecologia. “Os assentados vão ter acesso aos conhecimentos fundamentados na ética profissional e política, para atender à crescente demanda por produtos agropecuários de qualidade e que sejam produzidos com baixo impacto ambiental, com viabilidade econômica e justiça social”, destacou o professor do Ceca.
Desde que foi assinado o termo de Execução Descentralizada com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em novembro do ano passado, as equipes da Universidade se desdobraram para cumprir todos os prazos. “Foram destinados para esse programa, recursos do Incra da ordem de R$ 1,9 milhão para execução do curso até 2023, por meio do Pronera, sendo que os R$ 220 mil para esse ano já foram liberados. Tivemos um grande envolvimento da Proginst, do DCF e do Ceca para dar agilidade aos processos. Agradeço pelo empenho nesse projeto de tamanha importância social”, declarou a reitora Valéria Correia.
Além de garantir a democratização do acesso à Universidade para os trabalhadores rurais, o curso vai permitir que esses assentados estejam qualificados para gerenciar a produção nas áreas em que atuam. “Eles vão assumir o protagonismo, unindo os elementos científicos ao saber local dos agricultores. O curso, se conecta ainda com a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, por atender aos compromissos firmados pelo Incra com a sociedade civil, de formar 5 mil beneficiários da Reforma Agrária em Agroecologia por meio do Pronera”, declara José Ubiratan Rezende Santana, analista em reforma e desenvolvimento agrário do Incra.
Segundo a ementa do Curso de Agroecologia, a formação será interdisciplinar, pautada principalmente em três competências: conhecimento técnico sobre práticas produtivas sustentáveis e processo de transição agroecológica; conhecimento a respeito dos processos ecológicos que operam nos agroecossistemas, de maneira a entender os impactos da agricultura convencional e selecionar as técnicas de manejo agroecológico mais adequadas para o contexto local, e formação sociopolítica, no sentido de interpretar o perfil socioeconômico e os conflitos associados as populações humanas com as quais o agroecólogo irá atuar, e considerar esses aspectos na seleção de estratégias de intervenção.
O curso está pautado na pedagogia da alternância, que integra o aprendizado em sala de aula com as práticas no dia a dia do campo. “Desse modo, as atividades do curso são divididas em Tempo-Escola e Tempo-Comunidade. O Tempo-Escola será realizado em módulos, com duração de 25 dias em média. Após esse período e aluno irá desenvolver em sua comunidade os Projetos Integradores, incorporando os conteúdos discutidos no Tempo-Escola, aproximando teoria e prática e a interdisciplinaridade. Os projetos integradores incluirão atividades de pesquisa e extensão”, explica a coordenadora pedagógica do curso”, Patrícia Muniz de Medeiros.
Durante o período que vão ficar no Ceca, para as aulas, o estudantes vão contar com alojamento e as três refeições diárias, além de material didático, que são pagos com recursos do projeto. Além disso, haverá uma ajuda de custo para os alunos. As inscrições no vestibular são gratuitas e todas as informações estão no site
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