Comunidade Universitária parabeniza estudantes pela passagem do dia

Um reconhecimento a dedicação daqueles que compõe o núcleo discente e promovem o avanço científico de nossa sociedade

Por Sara Graziele - estagiária de Jornalismo
- Atualizado em
Diogo Honorato, estudante de Teatro
Diogo Honorato, estudante de Teatro

A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) é a maior instituição pública de ensino superior em Alagoas. Nossas pesquisas são referência nacional e, apesar de uma realidade de cortes de orçamento e de sucateamento da educação pública, nossos resultados continuam positivos. 

Nada disso seria possível sem a ação de cada estudante em laboratórios, projetos de extensão, de cada bolsista de iniciação científica ou de docência. No dia 11 de agosto é comemorado o Dia do Estudante. A Ufal também comemora a data junto aos seus discentes e presta homenagem àqueles que preenchem e dão vida aos nossos blocos e espaços de lazer. Em um dia tão especial,  três estudantes representaram, em campanha nas redes sociais, os mais de trinta mil alunos da Universidade para falarem suas experiências. 

Autoconhecimento e retribuição social 

Enquanto campo de debates e de pensamentos plurais, a universidade acaba por proporcionar contatos com diferentes visões e versões de mundo, ampliando os horizontes daqueles que aqui se encontram. Ao expandir seus conhecimentos gerais os alunos conseguem estender também o conhecimento sobre  si mesmos. Como disse Danielly Bezerra  “A Ufal, mais do que uma formação profissional, é uma formação de vida, de ser humano. É uma forma de aprender a ler o mundo, de mudar as minhas perspectivas e de aprender sobre o conhecimento científico”. 

A estudante de Relações Públicas que, além de participar de projetos de pesquisa e extensão, teve  três projetos do Pibic certificados com excelência acadêmica e indicados para reapresentação durante a 70ª Reunião Anual da SBPC, relata que a universidade a fez se conhecer e tomar ciência do seu papel e lugar político. “Me perceber como negra no ensino superior me faz enxergar que existe um campo de possibilidades que a categoria do ser negro no Brasil, de ser pobre, muitas vezes tira de você. E aqui na universidade a gente pode se afirmar como agente efetivo na produção científica. Isso sendo mulher, sendo nordestina, vindo de um bairro periférico e com muitos desafios para serem supridos. Ter conseguido chegar na universidade pública me fez pensar de outra forma, enxergar novas possibilidades e me dar ânimo pra pensar através da pesquisa, como eu posso mudar a vida dos meus pares, da minha comunidade e da minha sociedade” disse. 

Rafael Hozannah, aluno do primeiro período de Psicologia, faz planos para retribuir aquilo que pode vivenciar na universidade. Assistido pelo Núcleo de Acessibilidade (NAC), o estudante planeja em seu futuro profissional atender outros jovens com deficiência visual e suas famílias. Mesmo sem ainda ter pensado o que significa para si, reconhece que o fato de estar na universidade traz muitas expectativas para jovens deficientes visuais e suas famílias,  representando novas possibilidades. Rafael ainda revelou que pretende ajudar ao máximo no desenvolvimento de métodos de assistência a pessoas com deficiência, para que seus sucessores possam tem uma condição melhor de vida dentro da universidade. O estudante ressalta também que a cooperação com o NAC é fundamental para sua permanência na Ufal. “Essa parceria com o NAC tem sido muito boa porque eles estão me dando as ferramentas necessárias para acompanhar todo o curso. Sem eles eu não teria condições de acompanhar as matérias ou como estudar se não fosse o material que eles disponibilizam a partir do os professores passam” disse. 

Das experiências proporcionadas na Universidade, ainda surgem novas formas de expressão. Diogo Honorato, estudante do 8° período de Teatro Licenciatura pode dar vida a sua arte por meio da drag queen Di Honoro. “O curso me ajudou a encontrar a Di e tem sido muito interessante fazer essa drag porque com ela eu posso colocar em prática a teoria que eu aprendo. Enquanto eu faço a Di, eu vivencio os conhecimentos das aulas e pesquisas” relatou. 

Ao encontrar as inúmeras alternativas que a Ufal oferece, Diogo pode se sentir livre para dar voz a sua arte e a seu corpo ao mesmo tempo em que se conhecia. O estudante diz que “a Ufal fez com que eu me sentisse integrado a sociedade, fez com que eu me conhecesse mais. Me conhecendo melhor eu pude ampliar a minha visão de mundo e pude performar o gênero e sexualidade com as quais me identifico. A comunidade universitária me fez ser mais forte. Fazer a Di me permite extravasar os limites do meu gênero e os limite da minha arte. É a realização de um sonho fazer Teatro Licenciatura”. 

O estudante ainda demonstrou gratidão em ter conseguido fazer o curso que queria. Morador de Garanhuns, a Ufal era a universidade mais próxima onde poderia continuar sua formação em teatro e ressalta a importância da existência dos cursos de cunho artístico, mesmo com a necessidade de melhorar a  infraestrutura.  “Eu não escolheria outra coisa. Eu não faria outro curso porque é com Teatro que eu me identifico”. Além de fazer da Ufal o seu lugar, Diogo ainda a fez de lar por meio da Residência Universitária Alagoana. 

A Ufal parabeniza a todos os estudantes pela passagem do seu dia! Fazer parte da trajetória de vida de tantas histórias únicas não poderia nos deixar mais orgulhosos.