CA de Direito debate impactos causados pelo discurso de ódio na internet
Ação faz parte da programação do Setembro Amarelo e surgiu depois que uma estudante sofreu ataques numa rede social
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Durante a tarde da última terça-feira (25), estudantes da Faculdade de Direito de Alagoas (FDA), por meio do Centro Acadêmico Guedes Miranda, promoveram a segundo edição do Conecta, ação com o objetivo de realizar debates sobre temáticas que possam integrar outros cursos da Universidade.
Para incrementar as ações do Setembro Amarelo, o debate contou com o tema Impactos do discurso de ódio na saúde mental dos estudantes, especialmente no que se refere ao campo das mídias digitais, e foi marcado pela parceria com estudantes dos cursos de Psicologia e Enfermagem, representados pelo Centro Acadêmico 12 de Maio.
A idealização do evento surgiu após a ocorrência de ataques desrespeitosos à estudante de Direito Maria Eduarda Nascimento numa rede social de perguntas anônimas, por parte de alguns colegas de turma. A universitária, que também é membro do centro acadêmico, explica que não sabia como agir, mas que se tratava de um crime, então, junto aos professores e à direção da FDA, pôde identificar os responsáveis e solucionar o caso através de retratação. “Isso não me atingiu, mas outras pessoas que passam por esse tipo de situação podem reagir de uma maneira diferente, por isso a importância de levantarmos sempre estas questões”, ressaltou.
A discussão, além de ter sido mediada pela própria Maria Eduarda, contou o psicólogo da Pró-reitoria Estudantil (Proest), Everton Calado; a professora da FDA Lavínia Cavalcanti; e o assistente social e mestrando em Sociedade, Tecnologia e Políticas Públicas, Jorge de Souza Neto.
A professora Lavínia Cavalcanti, que também é mediadora de conflitos, explica que todos nós temos o direito da liberdade de expressão, porém, o problema pode começar quando a nossa liberdade desrespeita o outro. “Todo mundo quer respeito, todos querem voz, a questão é saber como isso pode ser feito sem que ofenda e desrespeite o outro, porque você querer ser respeitado e não respeitar não faz sentido”, conclui.
“Esse comportamento é disseminado cotidianamente não só na sociedade, mas também nas redes sociais, o que acaba se agravando, porque através da internet se tem uma ideia de anonimato. Então, o evento veio para discutir como esta prática interfere na saúde mental, principalmente de nós estudantes, que já temos que lidar com questões problemáticas da rotina acadêmica”, destacou Matheus Souza, estudante de Direito e membro do centro acadêmico.