Projeto estimula alimentação saudável e adequada em creches públicas de Maceió
“Alimentação Nota 10” é promovido por uma professora e estudantes da Faculdade de Nutrição da Ufal
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Visando contribuir com uma alimentação saudável e adequada nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) em Maceió, estudantes da Faculdade de Nutrição (Fanut) da Universidade Federal de Alagoas realizam o projeto Alimentação Nota 10. A extensão foi aprovada pelo Programa Círculos Comunitários de Atividades Extensionistas (Proccaext) e é desenvolvida em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (Semed).
Coordenado pela professora Thaysa Brandão, o projeto de extensão realiza ações como análise microbiológica da água de consumo dos CMEIs, capacitação dos merendeiros, atividades de educação alimentar e nutricional com educadores, alunos, pais e responsáveis.
“Quando a gente pensa em uma alimentação saudável e adequada a gente precisa pensar em todos os aspectos dessa alimentação. Ela envolve desde a parte da manipulação e do controle higiênico e sanitário até a oferta e promoção de hábitos de alimentos nutritivos, saudáveis e adequados ao ambiente em que eles estão inseridos”, explicou a coordenadora.
Cerca de 80 merendeiros da rede municipal de educação, divididos em quatro turmas, participam da fase de capacitação, ministrada por estudantes de Nutrição. Na última quinta-feira (6), cerca de 20 profissionais participaram desta etapa do projeto no Laboratório de Técnica Dietética da Fanut. Para a merendeira Aline Teles, essa é uma qualificação extremamente necessária.
“É super importante essa capacitação, a gente está sempre aprendendo, é uma coisa nova, é muito gratificante, principalmente para quem não é da área e está entrando, que não tem noção de higiene, de desinfecção, dessa contaminação, dessa importância de a gente produzir um alimento seguro e não apenas gostoso. Como a gente lida muito com crianças carentes, a gente está evitando que venha a proliferar mais doenças, então precisa de uma alimentação segura”, disse Teles.
De acordo com a coordenadora o projeto, a extensão é desenvolvida nas creches para que as crianças já cresçam com bons hábitos formados e tenham práticas saudáveis desde a infância, para que estas sejam levadas para a vida adulta.
“Tem um tripé que precisa estar articulado: ensino, pesquisa e extensão. Esse projeto de extensão também está associado ao ensino, onde os alunos vivenciaram os conteúdos de saúde do manipulador e higiene pessoal, e eles desenvolveram essa capacitação e estão tendo a oportunidade de colocar em prática aquilo que desenvolveram na sala de aula. Então, a gente entende que a Universidade tem um papel que vai além da formação profissional, mas um papel social no entorno em que a gente vive”, alegou a professora Thayse Brandão.
A estudante do 7º período de Nutrição, Mayana Barbosa, ressalta que o projeto tem proporcionado resultados positivos tanto para os merendeiros e crianças, quanto para os universitários do curso.
“A gente não tem muito essa vivência prática aqui na faculdade, por conta da carga horária extensa. Então, para mim, é gratificante ver meu trabalho como estudante acontecendo e sendo benéfico para as pessoas. Eles lidam diretamente com crianças em uma fase de vulnerabilidade, elas estão no período de formação de hábitos alimentares, então a gente capacita esses profissionais para que façam uma alimentação nutricionalmente adequada, tanto no balanceamento dos nutrientes, quanto em relação aos aspectos higiênico e sanitário”, afirma a estudante.
A nutricionista Suely Mota, da Semed, defende que, apesar dos merendeiros da rede já possuírem formação contínua nas áreas de manipulação, higienes pessoal, ambiental e do alimento, armazenamento correto e estocagem, o projeto incentiva e proporciona uma interação entre a universidade e a comunidade.
“Foi muito boa essa proposta do projeto porque eles [merendeiros] estão chegando na instituição e já tem essa gama de informações, para quando iniciar o trabalho já tenham todas as ferramentas para iniciá-lo da forma correta. A gente trabalha com crianças vulneráveis a doenças e eles precisam entender que trabalham com saúde de crianças, de seres humanos, não é só preparar o alimento, tem toda uma logística para garantir que esse alimento realmente promova saúde e vida”, afirmou a nutricionista.