Ufal é ouro no Brasileiro Universitário de Karatê
A medalhista na categoria Kumite é a estudante Jully Barbosa, que também conquistou o bronze em outra categoria do Karatê
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No cenário das artes marciais do país a Universidade Federal de Alagoas ganhou destaque com a conquista da medalha de ouro no Brasileiro Universitário de Karatê. O evento realizado em Brasília, no final de abril, integra um novo formato dos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs), nessa edição recente denominado de JUBS Modalidades. A medalhista é a carateca Jully Rossana Oliveira Barbosa, concluinte do curso de Educação Física do Campus Arapiraca e que, na sua perspectiva de vida de atleta, o grande sonho perseguido há três anos, início de sua prática, era participar de tão referenciado evento.
Conquistar a medalha de ouro na categoria Kumite, segundo a atleta, é sentir-se duplamente realizada, cuja vitória também se deu na mesma modalidade, na categoria Kata, com o bronze para a Ufal. Ela fala sobre o que representa a vitória obtida:
“Os Jogos Universitários Brasileiros, consistem num evento de grande magnitude e uma experiência enriquecedora. Fico feliz porque a Universidade Federal de Alagoas propiciou a minha participação, sonho de qualquer atleta universitário. Ter ganho medalhas coloca a Ufal em destaque no cenário nacional, porque a maioria das universidades que ganham medalhas é particular, muitas inclusive, com atletas profissionais. Então, vencer o JUBs Modalidades excedeu minhas expectativas e contribuiu para honrar as universidades públicas federais que têm sofrido com tantos cortes financeiros e tentativas sucateamento. Representar a instituição alagoana é um prazer inenarrável”, comemora Jully, que completou 23 anos de idade no último dia do JUBs, 29 de abril, considerando a vitória o seu maior presente de aniversário.
Praticante de karatê desde o início de 2015 a atleta disse ter a influência do curso que faz na Ufal para a busca das práticas corporais e para ampliar o leque de conhecimento sobre elementos da cultura corporal e movimento humano. “Já iniciei a graduação amando a prática esportiva, tendo então contato com frisbee, vôlei, handebol e futsal, onde nessa prática integro o time da universidade. Também iniciei prática de atletismo, aikidô e karatê e, este, levei para a minha vida pessoal e profissional, pois me apaixonei também pela filosofia desta arte marcial denominada de karatê - Do”, frisou.
Ela aproveita para explicar as categorias onde sagrou-se campeã e onde foi bronze: “Kumite é uma palavra de origem japonesa que significa luta. No âmbito esportivo o Kumite é o shiai, luta para marcar pontos no adversário. Já o Kata é uma apresentação que pode ser individual ou em equipe. No formato individual apresenta-se um Kata, que é uma luta imaginária com movimentos pré-definidos, e por equipe, apresenta-se o Kata seguido de bunkai, que é a aplicação das técnicas”.
Na rotina de suas atividades acadêmicas e de atleta a dedicação e obstinação sobrepuseram-se a obstáculos, como o próprio cansaço físico, resultado do intenso treino sem tempo ideal para o merecido descanso, onde disse haver período nesse percurso de até treinar oito vezes em seis dias da semana. Sobre a sua trajetória diz: “Iniciei minha prática com o sensei Reginaldo, mas atualmente sou aluna da professora e sensei Julyana Abreu, primeira mulher faixa preta, também formada em Educação Física pela Ufal, onde exerce o cargo de técnica voluntária de karatê. Dona de Dojô de karatê no município de Arapiraca, local onde faço treino de karatê. Julyana atua auxiliando os alunos que desejam treinar e competir e consegue conciliar a exigência de técnica com sensibilidade e complacência por perceber o que o aluno precisa, ajudando-o para o bom desempenho da prática”, enfatiza ao enaltecer a competência profissional da treinadora.
Em reta final de trabalho de conclusão de curso (TCC) que tem como foco a relação aptidão física e coordenação motora em estudantes do município, e de estágio no Serviço Social do Comércio (Sesc), Jully diz que está na fase de transição da universidade com mercado de trabalho. Ela é professora de educação física em dois estabelecimentos da rede privada de ensino em Arapiraca e ainda é instrutora auxiliar da sensei Julyana em uma turma infantil de karatê.
Em sua dinâmica vida acadêmica, com participação em atividades de pesquisa e extensão, Jully já foi bolsista dos programas institucionais Pibic, PET - Saúde e Pibit-Ação, e integra atualmente o Laboratório de Cieantropometria, Atividade Física e Promoção da Saúde (Lacaps), sob a coordenação do professor e diretor acadêmico do Campus Arapiraca Arnaldo Tenório e do professor Leonardo Luz, orientador do seu trabalho de conclusão, cujo estudo desenvolvido surgiu quando participaava do Pibic.
Com o tempo preenchido por atividades acadêmicas e profissionais Jully Barbosa disse que já não dispõe do tempo que gostaria para a prática e para encaixar os treinos de karatê três vezes por. Ela disse que reduz o tempo de sono e faz mudanças nos horários de trabalho.
”Já tive uma rotina de treinos mais intensa em época de grandes competições como o campeonato Brasileiro da CBK, mas o tempo para a prática já não é o mesmo e hoje em dia eu me aperto bastante. Mas, mesmo assim, e apesar de uma rotina pesada, nunca falto aos treinos, pois a sensei Julyana é muito exigente. Ela se dedica bastante para fazer o melhor enquanto professora e cobra o melhor de seus alunos. Por conta da correria e treinos para participar dos JUBs, deixei o TCC um pouco de lado, mas vou retomar e espero apresentá-lo na próxima rodada de defesas”, disse a atleta com disposição e obstinação para alcance de seus objetivos.
Esporte e futuro
Jully Barbosa reside na cidade onde nasceu, Arapiraca, estudou em pequenas escolas particulares e também em instituição filantrópica da rede de ensino da conhecida CNEC (Campanha Nacional de Escolas da Comunidade). Com mãe também arapiraquense e pai sertanejo e com formação superior a ser obtida em seu município de origem, a graduação oportunizada pela Ufal, como ela mesma afirma, foi importante para a escolha e crescimento em seu percurso acadêmico com positividade para a prática da arte marcial.
A evolução da atleta no karatê, que resultou com destacadas conquistas nos JUBs Modalidades, é marcada com um histórico de participação, “Já participei de eventos esportivos universitários nos JUBs Nacional com atletismo e futsal em edições regional e estadual do mesmo evento. No campeonato nacional de karatê tenho dois pódios e dois na Copa Nordeste e Estadual. Não pretendo seguir carreira como carateca, mas talvez chegue a ser sensei de karatê”, diz a atleta sem riscar por definitivo a atuação na arte marcial.
De olho na carreira acadêmica, mas sem perder de vista o amor pelo esporte, afirma que tem como sonho e objetivo concluir a graduação da melhor forma possível, adentrar em um programa de mestrado e futuramente lecionar em Instituto Federal na área a qual se dedicou e abraçou, cuja dedicação e vivência têm como marcas vitórias acadêmicas e profissionais. Foram os resultados de experiências enriquecedoras em sua trajetória de vida.
Sobre a ida para os JUBs Modalidades, mesmo com obstáculos, ela destaca o empenho e o esforço das pessoas envolvidas no projeto vitorioso, como o gerente de Esportes da Ufal, professsor Eriberto Lessa, a técnica-administrativa Tatiana Luz , a sensei e técnica de lutas Julyana Abreu.