Cinco cursos da Ufal recebem nota máxima no Enade 2019

Nos campi do interior também são bem avaliados; Outros nove cursos da Ufal obtêm nota 4

Por Manuella Soares e Simoneide Araújo - jornalistas
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Um ciclo de progressos. A Universidade Federal de Alagoas recebeu nota máxima do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) em cinco cursos de graduação, dos quais quatro subiram a nota de 4 para 5 na avaliação de 2019. Os cursos de Medicina, Enfermagem, Odontologia e Nutrição todos do Campus A.C. Simões, conquistaram a nota 5 pela primeira vez. A graduação em Engenharia Civil, de Maceió, manteve o feito com louvor.

O curso de Medicina da Ufal está entre os 20 melhores do país na área e o coordenador, Davi Buarque, ressalta que o caminho para isso foi traçado ao longo dos anos, com a soma de esforços para estruturação física e intelectual da graduação.

“Foi um trabalho desde a reforma curricular, lá em 2006, mas nos últimos anos principalmente com a melhoria da estrutura do curso. Surgiram outros blocos, a Famed hoje conta com três blocos, e também com uma Unidade Docente Assistencial (UDA), e tem aprimorado o currículo. Então, o currículo médico vem constantemente atualizando, a parte de gestão administrativa também melhorando, as metodologias ativas, e isso contribui muito ao longo do tempo”, ressaltou, destacando ainda a criação de alguns laboratórios, como de Simulação e de Habilidades, assim como a contratação de novos professores que utilizam metodologias ativas de aprendizagem.

Superando um histórico de lutas pelo desenvolvimento do curso, a Odontologia celebra uma nota 5 dando o mérito maior ao empenho dos estudantes. “Parabéns a todos e todas, especialmente aos 16 discentes que assumiram o compromisso com o processo e com muita maturidade conseguiram elevar nosso curso a nota máxima. Parabéns também aos que motivaram e estiveram presentes, dando apoio, no dia do exame. Vamos em frente!”, destacou a coordenadora, Lorena Menezes.

Em ascensão também foi a nota obtida pelo curso de Nutrição. A professora Thatiana Favaro conta que até um 2 a graduação já obteve quando o processo de avaliação não era muito bem compreendido e sofreu boicote. Mas o reflexo do trabalho de conscientização com os estudantes e dedicação docente foi atestado no ciclo de 2019.

“A gente se preparou fazendo o que a gente faz bem: tendo bons alunos, tendo compromisso claro com a universidade pública, gratuita e de qualidade, fazendo o que a gente sabe fazer de melhor. Não estamos fazendo isso para obter uma nota boa no Enade, a nota boa é só consequência do que a gente vem fazendo ao longo dos anos. A gente sempre quer fazer um curso com alunos mais preparados, mais conectados com a realidade socioeconômica de Alagoas, preparados para fazer a transformação social que o Estado merece”, frisou Thatiana, otimista para que mais frutos positivos sejam colhidos nas próximas avaliações, com a reformulação do projeto político-pedagógico do curso de Nutrição da Ufal.

O coordenador de Engenharia Civil, de Maceió, Wellin Costa, revela que o curso não fez uma preparação específica para os alunos fazem o exame. A intenção sempre foi incentivar  preparação durante toda formação acadêmica. “A gente quer que nosso aluno se prepare do primeiro período até momento de fazer a prova do Enade, já como concluinte. Isso pra nós é o mais importante. Sempre buscamos mostrar a importância do Enade para o conceito do curso”, afirmou.

Indicadores de qualidade

Para o procurador Educacional Institucional, Deywid Melo, a nota do Enade é um grande reflexo do currículo do curso, a qualidade do corpo docente e a formação oferecida ao estudante. “Esses pontos aperfeiçoados e revistados ao longo do curso, a partir de uma autoavaliação corrente, elevam a qualidade e proporcionam um resultado satisfatório. É importante lembrar que o Enade é uma das avaliações do Sinaes [Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior] que tem o objetivo de verificar o desempenho de estudantes em relação a competências, habilidades e conhecimentos desenvolvidos ao longo do curso”, destacou.

E completa: “Os dados desse desempenho são essenciais para a produção de informações que subsidiam ações voltadas à qualidade da educação superior, pois esses resultados são insumos para o cálculo de Indicadores de qualidade, tais como o do próprio conceito Enade; Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD); Conceito Preliminar de Curso (CPC) e Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC). O momento agora é para celebrar o ótimo desempenho dos cursos no Enade, o que é motivo de grande orgulho para a instituição!”

De acordo com o pró-reitor de Graduação, Amauri Barros, os cursos são avaliados em quatro dimensões: desempenho dos estudantes, que é a nota dos concluintes no Enade, que tem peso de 20%; valor agregado, tem peso muito alto, de 35%; corpo docente (30%); e percepção discente sobre as condições do processo formativo (15%).

“Essa nota do Enade é uma conquista dos nossos alunos, das coordenações de curso e dos nossos professores. Analisando a questão docente, temos aí um item muito positivo para nós porque nossos professores, a ampla maioria é formada por doutores, que tem peso total de 30%. A percepção dos alunos sobre o processo formativo é uma questão que envolve organização didático-pedagógica (7,5%), infraestrutura e instalações físicas (5%) e oportunidades de ampliação da formação acadêmica e profissional (2,5%), cujo peso geral é de 15%. Então, esse nosso resultado é uma conquista conjunta dos nossos alunos e professores. Parabéns para todos!”, destacou Barros.

Ele acredita que de uma forma geral esse resultado é muito interessante para todos e destaca o empenho da comunidade acadêmica. “Devemos ressaltar o esforço dos colegiados de curso, das coordenações de estágio, do NDE [Núcleo Docente Estruturante de cada curso] e das direções das unidades acadêmicas. Isso tem feito a diferença e a tendência é melhorar cada vez mais”, revelou o pró-reitor.

Ensino público valorizado

O Exame é requisito obrigatório para a colação de grau dos alunos e avalia o rendimento dos concluintes em relação aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares dos cursos, além do desenvolvimento de competências e habilidades para a formação profissional, e o nível de atualização dos estudantes sobre as realidades brasileira e mundial.

Na edição de 2019 da prova aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), foram avaliados 22 cursos da Ufal que pertencem ao ciclo 1, nos quatro campi.

De acordo com dados do Inep, entre todos os cursos do país enquadrados na faixa 5 do indicador de desempenho dos estudantes, 81,4% são de instituições públicas, enquanto 18,6% correspondem a instituições privadas. Com o resultado, o reitor da Ufal, Josealdo Tonholo, ratifica o valor do ensino público de qualidade no país.

De acordo com o reitor, a conquista dos cursos é um indicador fortíssimo da importância do ensino superior público, que precisa ser valorizado e defendido por toda sociedade. "Conseguimos notas muito boas para alguns cursos e isso é muito louvável, fruto do trabalho conjunto do nosso corpo docente e do empenho dos nossos alunos. Temos equipe muito qualificada, a grande maioria de mestres e doutores e com dedicação exclusiva. Isso pesa muito positivamente. Todos estão de parabéns!”, revelou. 

Tonholo comemora, mas afirma que manter o foco em busca de bons resultados é muito importante. "São notas muito boas, no entanto, na média geral ficamos com 3,7. Motivos temos para comemorar, mas também temos que fazer alguns deveres de casa para melhorar os índices dos outros cursos. Tivemos 14 satisfatórios dos 22 avaliados. Precisamos melhorar, sempre. Parabéns aos nossos alunos e professores pela conquista! Estamos felizes, mas precisamos melhorar os índices dos outros cursos", destacou.

Avaliações positivas também são comemoradas em outros nove cursos de graduação da Ufal que receberam nota 4 no Enade: Engenharia Ambiental, Educação Física, Engenharia da Computação, Arquitetura e Urbanismo e Farmácia, em Maceió; Arquitetura e Urbanismo e Enfermagem, do Campus Arapiraca; Engenharia Civil, de Delmiro Gouveia, Campus do Sertão; e o curso de Engenharia Florestal, do Campus de Engenharia de Ciências Agrárias (Ceca).