Atividades de GT da Medicina Veterinária não param durante isolamento
Ações de pesquisa e extensão reforçam apoio à comunidades durante a pandemia
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Equipes de docente, estudantes de graduação e mestrado e voluntários têm realizado tratamentos e terapias em animais diante deste período de enfrentamento ao coronavírus. Em escalas presenciais reduzidas e seguindo orientações recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de vinte integrantes do Grupo de Pesquisa e Extensão em Equídeos (Grupequi) da Universidade Federal de Alagoas não pararam as atividades. O trabalho é coordenado pelo professor Pierre Barnabé Escodro.
São promovidos pelo grupo terapias celulares e integrativas, cirurgias e castração, além de outros tratamentos. Desde o início da suspensão das atividades acadêmicas, em 17 de março, a equipe não recebe novos animais para internação, mas continua com atendimentos emergenciais e cuidados com animais já internados.
Dentre os casos, estão nove equinos em tratamentos de difícil resolução, seis deles retirados de situação de maus tratos em propriedade no município de Anadia. Segundo Pierre Escodro, os animais são submetidos às terapias desenvolvidas pelo grupo, principalmente o controle de dor crônica severa com solução neurolítica patenteada na Ufal; terapias celulares, e terapias integrativas como Acupuntura e Ozonioterapia, áreas com diversos trabalhos publicados pela equipe.
Foram ainda realizados diversos atendimentos, cirurgias em cavalos, partos de egua e cadela, além de vacinação de toda tropa de equídeos da unidade de ensino na Fazenda São Luís, em Viçosa, com apoio da empresa Dechra.
De acordo com o coordenador do grupo, os trabalhos mais intensos foram os externos para equinos. “Só dia 19 a 22 de março em Pilar, foram atendidos nove animais num surto de dor abdominal por Capim Massai (Panicum) e no plantão da equipe, salvaram-se oito animais, média muito acima dos trabalhos publicados nacionalmente” comenta.
Nas comunidades de Maceió, ainda foram realizadas mais de vinte castrações em gatas e cães, uma amputação em gata, uma correção de prolapso, levantamento de cães com leishmaniose e atendimento e vacinação de mais de vinte cavalos.
Adicionalmente aos atendimentos, o grupo foca suas ações em Medicina Veterinária do Coletivo e de Catástrofes, o que aumenta o trabalho do grupo em duas tristes realidades atuais: a pandemia e o episódio em que envolve os bairros Mutange, Bebedouro e Pinheiro. “A equipe participa da proposição e elaboração de alguns projetos em conjunto com outras unidades, visando auxiliar nesses dias tão sombrios. Entre os projetos, há a construção de um respirador para pacientes de covid19, em conjunto com o Instituto de Computação e o Hospital Universitário, além da abertura de um programa institucional via Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes) buscando apoio para resoluções de situações emergenciais nas comunidades sob risco e vulnerabilidade de Maceió” salienta.
Grupequi
O Grupo de Pesquisa e Extensão em Equídeos (Grupequi) foi criado em 2009 como grupo consolidado no CNPq, inicialmente voltado para equídeos. Após anos realizando trabalhos em comunidades vulneráveis e com a sociedade em geral, o grupo criou linhas de pesquisas aplicadas às necessidades da Saúde Única, Extensão Inovadora e Desenvolvimento Tecnológico envolvendo humanos, animais e meio ambiente. Atualmente, o Grupequi tem cerca de 8 projetos de pesquisa, o projeto de extensão Pró-Carroceiros e dois ambientes de trabalho: o ambulatório do Grupequi e o Laboratório de Inovação em Hemoterapia, Terapias Celulares e Cirurgias Veterinárias, ambos na Unidade Educacional Viçosa. Além disso, muitos trabalhos são realizados em bairros de Maceió, entre eles o Vale do Reginaldo, Trapiche e Village Campestre.
Informações acerca do Grupequi Ufal estão disponíveis aqui.