GT apresenta dados sobre experiências de estudantes com tecnologias digitais

Relatório mostra que 96,61% possuem acesso à internet onde moram, mas só 14% se sentem confortável em estudar na modalidade EaD

Por Thâmara Gonzaga – jornalista
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Imagem Gettyimages
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Acesso à internet em casa e na universidade, por computador ou dispositivos móveis, mas com pouca experiência como aluno de educação a distância (EaD). Esses são alguns dos dados levantados pelo Grupo de Trabalho (GT) Educação Mediada por Tecnologias, tendo como base as respostas dadas pelos estudantes da Universidade Federal de Alagoas.

Durante o mês de abril, discentes dos cursos técnicos, de graduação e de pós da Ufal responderam ao questionário sobre acesso, qualidade e experiências com processos educativos por meios digitais. As informações coletadas já foram encaminhadas para o Gabinete do Reitor e a equipe de trabalho também está analisando os dados para apresentar propostas à comunidade acadêmica.

De acordo com o relatório apresentado pelo GT, um total de 86,30% de estudantes afirmou que possui notebook ou computador para realizar suas atividades em casa. Já 96,61% possuem acesso à internet onde moram e 47,42% consideram a qualidade boa. Um percentual parecido (47,21 %) tem acesso sempre quando quer, de forma irrestrita.

Com base nos dados, professor Fernando Pimentel, membro do grupo, destaca que muitas atividades podem ser implementadas por meio da educação a distância, tanto de imediato como a longo e médio prazo. “Isso não seria nenhuma novidade na Ufal. Temos EaD desde 1998. Nosso foco, entretanto, é buscarmos alternativas para que nenhum aluno seja prejudicado”, destaca.

A preocupação do professor se justifica com base nas respostas dadas pelos estudantes da instituição. Quando se fala em experiência como aluno de EaD, o levantamento revelou que 43,12% deles nunca estudaram dessa forma e apenas 14% se sentem confortável em estudar nessa modalidade.

A não adoção do ensino a distância por parte das universidades tem gerado muitos questionamentos nesse momento em que as atividades presenciais estão suspensas. Sobre isso, Pimentel explica que estamos em um cenário atípico e que não tem como apontar vantagens e desvantagens com a implementação da medida. “Aquilo que poderia ser vantagem há quatro meses, agora pode ser um desafio. Cada situação deve ser planejada diante do contexto. E com os dados que temos, a gestão atuará de forma empenhada. A Ufal não está parada”, destacou.

Mais dados da avaliação

Um total de 4.372 estudantes da Ufal responderam ao questionário proposto pela Avaliação da Qualidade do Acesso às Tecnologias Digitais e à Internet. Segundo o professor Fernando Pimentel, uma amostra significativa e suficiente para os objetivos almejados. “Nosso foco foi observar aqueles que, neste momento, não possuem acesso à internet ou computador em casa, para a realização de atividades acadêmicas”, explicou.

Conforme os dados do relatório do GT, em relação ao uso da internet no celular, 97,90% dos estudantes dizem que têm acesso, sendo que 47,1% consideram a qualidade boa e 50,7% têm disponibilidade do serviço a hora que quiser. Sobre a qualidade da internet na Ufal, 90, 26% têm acesso, mas 45,77% consideram a qualidade regular e 26,01%, boa. Do total, 25,72% acessam à internet da Universidade quando quer, sem restrição.

Questionados sobre o nível de experiência com videoaulas, 46,11% dizem que assistem quando necessário e que apresentam um bom rendimento. Sobre participação em videoconferência ou webconferência com até três pessoas, 30,95% se dizem indiferente ou raramente participam. Para a mesma atividade com mais de três pessoas, 38,79% informaram igual resposta. Já em relação ao Ambiente Virtual de Aprendizagem da Ufal (Moodle), 25,07% apontaram como satisfatória e que conseguem realizar as atividades e aprender.

Para saber mais detalhes da avaliação, acesse o arquivo no fim da matéria.

Sobre o GT de tecnologias digitais

A comunidade universitária da Ufal segue trabalhando em busca de soluções que possam atenuar os efeitos da suspensão do calendário acadêmico, no curto e também a longo prazo, devido à pandemia da covid-19.

Parte desses esforços está voltada para o planejamento de ações por meio do uso das ferramentas digitais, beneficiando estudantes e servidores da instituição. As atividades vêm sendo coordenadas pelos membros do Grupo de Trabalho (GT) Educação Mediada por Tecnologias, instituído pelo reitor Josealdo Tonholo.

O GT já vem auxiliando a gestão da Universidade em ações imediatas, mas, entre outras tarefas, também trabalha para implementar a proposta de, em médio prazo, institucionalizar até 40% da carga horária nos cursos de graduação presenciais voltada à modalidade a distância, como prevê a Portaria MEC nº 2117, de 6 de dezembro de 2019.