Paespe promove campanha solidária para ajudar os alunos
Meta é arrecadar dinheiro para compra de cestas básicas e kits menstruais
- Atualizado em
O Programa de Apoio aos Estudantes das Escolas Públicas do Estado (Paespe) iniciou a Campanha Paespe Solidário em busca de amenizar os impactos da pandemia, ajudando a quem mais precisa, ou seja, seus alunos que estão no perfil de vulnerabilidade socioeconômica. Para isso, está pedindo doações para compra de alimentos e kits menstruais.
O Paespe definiu três metas nesta campanha. A primeira será para comprar de 79 kits menstruais, contendo absorventes descartáveis, medicamentos para dor de cabeça e cólicas menstruais, além de material de higiene. Cada kit foi orçado em R$ 38,00, totalizando R$ 3.002,00. “A falta de acesso a absorventes impacta a educação de meninas e, por isso, o Paespe defende a dignidade menstrual. Atualmente são 79 meninas e mulheres participando do programa. Em levantamento feito em junho deste ano, constatamos a pobreza menstrual das participantes, cerca de 20% das nossas alunas não têm condições de comprar absorventes e em torno de 60% delas faltaram às atividades escolares no período menstrual”, declarou a vice-coordenadora Geiza Coreia.
E continua: “A campanha solidária será uma ação pontual, proporcionando um mês mais digno para essas meninas e mulheres, mostrando que estamos juntos na luta pela igualdade de gênero, contribuindo para o empoderamento delas. Quem dera elas tivessem uma solução permanente, concorda? Nos resta torcer para que políticas públicas sejam implantadas e impactem positivamente a vida delas. Ao atingir esta meta, o Paespe estará em consonância com os ODS [Objetivos de Desenvolvimento Sustentável] 4 –Educação de Qualidade– e o ODS 5 –Igualdade de Gênero.”
A segunda meta é comprar cestas básicas para distribuir com os 126 alunos participantes do programa. De acordo com a professora Geiza, foi feito levantamento e cada cesta básica custa, em média, R$ 74,00. Assim o valor total para arrecadar nesta meta 2 é de R$ 9.324,00 . “A pandemia agravou o perfil socioeconômico dos participantes do Programa. Antes da pandemia, a renda média domiciliar per capita dos alunos do Paespe era de R$ 351,80 e, agora, passou a ser R$ 244,42. Com a aquisição de cestas básicas que serão distribuídas para os alunos, o Paespe busca contribuir com o ODS 1 –Erradicação da Pobreza”, completou.
A meta 3 é menstruação sustentável. A proposta é arrecadar recursos para aquisição e doação de ecoabsorventes. “O valor médio de um ecoabsorvente [absorvente de pano em tecido impermeável] é de R$ 32,00. Para distribuir ao menos um ecoabsorvente para cada umas das 79 meninas e mulheres participantes do programa, precisamos arrecadar R$ 2.528,00”, contou a professora Geiza.
Ela declara que a educação ambiental é um dos alicerces nas atividades realizadas pelo Paespe. “De acordo com a Impacto Unesp, os absorventes levam, em média, cem anos até sua completa decomposição. Uma mulher utiliza, desde a puberdade até a menopausa, cerca de 10 a 15 mil absorventes. Por isso, o consumo consciente durante a menstruação é também uma alternativa para democratizar o acesso de produtos de higiene íntima para pessoas que não têm condições de arcar com as despesas dos absorventes todo o mês. Com essa ação, também pensamos em contribuir com o ODS 12 –Consumo e Produção Responsáveis– e trazer uma solução mais duradoura já que a Meta 1 da nossa é uma ação pontual, por contemplar apenas um mês”, disse a vice-coordenadora.
Como colaborar
Para colaborar com essa campanha solidária, você pode escolher uma das opções disponibilizadas pelo Paespe: pelo PIX paespe.ctec@gmail.com [os dados bancários estão em nome da Proteq Jr - parceira do Paespe/Ufal]; pelo site vakinha [nessa opção 6,5% da doação é repassada para a plataforma Vakinha]; e por transferência bancária: Banco Sicredi 748 / Agência: 2205 / Conta: 87778-6 / CNPJ: 14.425.168/0001-53 / Conta Proteq.
Sobre o Programa Paespe
O Programa é uma Tecnologia Social certificada pela Fundação Banco do Brasil (FBB), que atende diretamente ao ODS 4 (Educação de Qualidade). O Programa busca trazer ensino gratuito e de qualidade para alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica, com o objetivo de ampliar suas oportunidades de ingresso no ensino superior.
Para isso, docentes e universitários da Ufal se doam por meio de serviço voluntário. O grupo de estudantes da Ufal é formado por egressos do Programa, discentes dos Programas de Educação Tutorial (PET), do Programa de Iniciação à Docência (Pibid) do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS) e de Empresas Juniores do Centro de Tecnologia (Ctec).
“A principal atuação do Paespe se dá por meio das turmas Paespe Júnior, voltado a alunos das 1ª e 2ª séries do ensino médio, e o Paespe, destinado aos alunos da 3ª série do médio. Os adolescentes e jovens atendidos estão na faixa etária entre 12 e 29 anos. Em média 70% dos participantes são negros ou pardos e cerca de 75% são do sexo feminino. As famílias têm uma renda per capita inferior a um salário-mínimo”, revelou Geiza.
Ela também relata que, além do pré-vestibular social, são realizadas atividades multidisciplinares, a exemplo, de palestras, oficinas e visitas técnicas. “Também temos o projeto de Iniciação Científica no ensino médio, fomentando o ingresso desses alunos em Instituições de Ensino Superior. Promovemos, ainda, o curso de Informática Básica para jovens e adultos, incluindo pais ou responsáveis e familiares dos nossos alunos. Os adultos também participam de capacitações em empreendedorismo e confecção de currículo”, reforçou, acrescentando: “Promovemos encontros e reuniões com os familiares dos nossos alunos para mostrar a educação como um investimento a longo prazo. O estreitamento de laços com a família dos jovens é muito importante já que os adolescentes são impulsionados ao ingresso precoce no mercado de trabalho para contribuir com a renda familiar.”