Estudante utiliza redes sociais para pesquisas sobre ciência do mar
Trabalhos práticos foram adaptados ao modo remoto, durante a pandemia, com apoio de laboratório da Ufal em Penedo
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O Laboratório de Ictiologia e Conservação (LIC), da Ufal em Penedo, é referência em pesquisas sobre tubarões e arraias, com observações por meio de mergulhos e contato com populações pesqueiras. Atividades essencialmente práticas que precisaram ser readaptadas durante a pandemia. A aluna Laura Mianutti, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) cursou seu Estágio Obrigatório no LIC e investiu no fazer ciência de modo remoto.
“A Laura sempre desejou trabalhar com tubarões e arraias. Por conta do seu estágio obrigatório, buscou nosso laboratório, mas, infelizmente, as ações presenciais foram suspensas. Então, sugeri para seu plano de estágio uma metodologia relativamente nova: buscar informações nas redes sociais”, explicou o professor Cláudio Sampaio, que orientou a estudante nessa missão, junto com o professor Erich Arnold Fischer (UFMS).
Foram muitas descobertas e novas experiências para Mianutti: “Esse momento mostrou que é possível fazer ciência remotamente. No meu caso, trabalhei analisando os elasmobrânquios nas redes sociais de operadoras de mergulho do Nordeste brasileiro. Além de fornecer novas experiências para mim e engrandecer meu currículo, o estágio foi o primeiro passo para começar a trabalhar com o grupo que eu quero: os elasmobrânquios”.
As pesquisas feitas durante o estágio renderam um trabalho inédito que foi apresentado em dois eventos científicos nacionais, em formato virtual, com a participação de centenas de pesquisadores brasileiros e de outros países.
No 2° Encontro Recifal Brasileiro (EReBra), Laura apresentou informações sobre as espécies, o habitat e o estado de conservação, ou seja, se determinado tubarão ou arraia está ameaçado de extinção. Já na segunda edição do ELASMulheres, a estudante levou resumos e apresentações a respeito da pesquisa feita especificamente no estágio da Ufal.
O resultado pode ser conferido no vídeo disponível aqui.
“Em ambos os trabalhos, ficou claro a importância das unidades de conservação (UCs) e das espécies para uma atividade em franco crescimento no Nordeste, gerando emprego, renda e oportunidades de sensibilização ambiental”, destacou Sampaio.
E Laura enalteceu seus principais aprendizados: “Participar desses dois eventos, não como ouvinte e sim submetendo resumos e vídeos, me trouxe perspectivas diferentes, assim como as mesas-redondas e palestras oferecidas, principalmente, as do ELASMulheres, que abordaram como é ser uma pesquisadora que trabalha no mar e em comunidades pesqueiras, ambientes ainda dominados por homens”.