Pesquisa indica menor número de trancamento de disciplinas no semestre
Avanço da vacinação e menor nível de reprovações são outros pontos positivos apresentados pela avaliação
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Dados da pesquisa realizada pela Comissão Própria de Avaliação (CPA) da Ufal, referente ao semestre letivo 2020.2, mostram que 83,2% dos estudantes da Universidade Federal me Alagoas não desistiram de nenhuma disciplina e 92,4% não trancaram matéria.
O presidente da CPA, Márcio Cavalcante, explica que esse menor percentual de trancamentos e também de reprovações em disciplinas no semestre passado indica uma maior adaptação de professores e estudantes ao ensino não presencial. “Nesse último semestre não presencial avaliado, o percentual de trancamentos em disciplinas foi de 0,25%, menor do que o apresentado nos semestres 2019.2 e 2020.1, que foi de 0,43%. O percentual de reprovações em disciplinas também foi menor no semestre 2020.2 em comparação aos semestres 2019.2 e 2020.1. O primeiro apresentando um percentual de 20,66% e esses dois últimos um percentual de 21,47% e 24,36%, respectivamente”, informou.
Entre os principais motivos apresentados para trancar ou desistir de uma disciplina, estão a dificuldade em dar conta dos conteúdos previstos (65,1%), a falta de adaptação às aulas on-line (46,7%) e a dificuldade para conciliar as atividades acadêmicas com as tarefas domésticas (44,8%).
A qualidade de acesso à internet foi outra dificuldade apresentada pela comunidade estudantil. Entre as respostas, 32,6% classificaram como “regular” e 38,9% como “boa”. Esses problemas com conexão podem indicar o porquê de a maioria preferir as atividades salvas nos ambientes virtuais de aprendizagem, uma vez que a avaliação revelou que os discentes preferem acessar os conteúdos nessas plataformas a assistir às transmissões ao vivo.
“Os estudantes avaliaram melhor as atividades assíncronas [arquivadas na plataforma] em comparação com as atividades síncronas [transmissões ao vivo], ocorrendo o contrário entre os professores”, afirmou Cavalcante.
Ao citar números da pesquisa, ele informa que entre os estudantes, 43,2% classificam as atividades assíncronas como boas ou ótimas e que este índice cai para 36,8% quando se considera as atividades síncronas. “Entre os professores, 40,5% classificam as atividades assíncronas como boas ou ótimas, e este índice sobe para 47,5% quando se considera as atividades síncronas”, relatou.
Saúde mental dos estudantes
Os dados da mais recente avaliação também evidenciam que, entre os membros da comunidade universitária, os estudantes ainda são os que mais sentem os efeitos da pandemia.
“Eles classificaram o seu estado emocional de forma consideravelmente mais negativa em comparação aos professores e técnicos. Enquanto 40,9% dos estudantes classificaram o seu estado emocional como péssimo ou ruim, este percentual foi de 17,8% para os técnicos e 13% para os professores”, informou o presidente da CPA.
Atentos a essa realidade, logo no início da pandemia, psicólogos da Universidade Federal de Alagoas se organizaram para atender os estudantes com quadros de ansiedade e desconforto emocional. A equipe de profissionais, com apoio da Pró-reitoria Estudantil (Proest), lançou a cartilha Saúde Mental em tempos de covid-19 como forma de auxiliar a lidar com as emoções diversas que surgiram durante esse período.
Os atendimentos continuam e a solicitação deve ser enviada para os seguintes endereços eletrônicos: Campus do Sertão: ana.santana@delmiro.ufal.br; Campus Arapiraca: Unidade Palmeira dos Índios: tathina.netto@palmeira.ufal.br; Campus A.C. Simões: rafael.cunha@proest.ufal.br e lucelia.silva@proest.ufal.br. No e-mail deve ser informado nome completo, curso e número de matrícula. No assunto, deverá constar “solicitação de apoio psicológico”. As orientações serão realizadas por e-mail, bem como a marcação do horário do atendimento de acordo com disponibilidade.
Retorno ao presencial
As aulas na Ufal continuam de forma não presencial por conta da pandemia e a gestão vem acompanhando a situação por meio de diversas frentes de trabalho, incluindo as avaliações da CPA. Sobre a volta das atividades presenciais, de acordo com a pesquisa, 44% dos estudantes responderam que querem o retorno, desde que asseguradas as condições de biossegurança, e 15,4% desejam as aulas presenciais normalmente, resultando em 59,4%. Estes índices são de 38,4% e 8,2% para os técnicos, respectivamente, resultando em 46,6%, enquanto que para os professores estes índices são de 43,8% e 11,2%, respectivamente, resultando em 55% dos respondentes.
Para garantir a volta segura das atividades presenciais, completar o ciclo vacinal é uma condição necessária e a avaliação também perguntou sobre esse tema. A boa notícia é que no período em que a pesquisa foi realizada, 55,6% dos estudantes estavam com a vacinação completa e 42,2% já com a primeira dose. Entre os servidores, 97,6% dos professores e 93,2% dos técnicos estavam com o ciclo vacinal concluído.
Próximas avaliações
De acordo com o presidente da CPA, as atividades acadêmicas e administrativas não presenciais realizadas por estudantes, técnicos e professores continuarão sendo avaliadas no semestre 2021.1, assim como ocorreu nos semestres 2020.1 e 2020.2.
“A CPA está neste momento propondo para a gestão da nossa instituição a implementação de um sistema que permitirá a avaliação das disciplinas pelos discentes, de forma padronizada e institucionalizada, para os cursos de graduação e pós, e que deverá fazer parte do processo de progressão funcional dos nossos professores”, informa. Ele acrescenta que esse sistema “deverá empregar ferramentas da tecnologia e da gestão da informação para uma análise eficiente dos dados levantados”.
O presidente da CPA reforça a importância de toda comunidade universitária participar dos processos avaliativos para garantir que as decisões sejam direcionadas da melhor maneira. Ele destaca que, de posse dessas informações, os gestores poderão concentrar esforços onde mais necessita, como realizar ações que proporcionem “melhorias da saúde mental e na qualidade de acesso à internet dos estudantes, além de investimento nas atividades assíncronas por parte dos docentes”.
Ele acrescenta que as avaliações, neste momento, também estão “servindo de importante parâmetro para o processo decisório sobre o retorno presencial, além de permitir conhecer as ferramentas tecnológicas mais exploradas por professores e estudantes neste período, servindo de importante indicativo para um maior investimento nestas tecnologias”.
Para conferir outros dados da pesquisa da CPA, acesse o documento abaixo: