Trabalho do Museu de História Natural recebe menção honrosa da Semabio
Estudo de caso sobre publicações no Instagram foi considerado o melhor na área de Educação e Divulgação Científica
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Usar as redes sociais para mostrar o quanto a ciência é atual e está presente no cotidiano da gente foi a estratégia utilizada pela equipe do Setor de Mastozoologia, do Museu de História Natural (MHN) da Ufal, durante o período de pandemia. A iniciativa deu tão certo que rendeu para as meninas à frente do projeto a Menção Honrosa de melhor trabalho da área da Educação e Divulgação Científica da Semana de Biologia (Semabio). O evento foi no formato on-line e realizado, em dezembro deste ano, pelo Instituto de Ciências Biológicas (ICBS) da Universidade.
A estudante do curso de licenciatura em Ciências Biológicas, Pâmela Lima, foi quem teve a missão de apresentar o trabalho. Estagiária de divulgação científica do setor desde 2019 e desempenhando a função sem receber nada por isso, ela contou sobre a satisfação em receber o prêmio. “Fiquei muito orgulhosa e muito feliz, pois tanto para mim quanto para minhas amigas de setor essa menção honrosa representa não só reconhecimento pelo trabalho apresentado, mas também por tudo que fazemos no local que, no caso da divulgação científica, é sempre com muita dedicação e carinho a fim de levarmos da melhor forma possível nossa área da ciência para o público”, diz.
A mastozoologia é a área dedicada ao estudo dos mamíferos. O espaço do MHN dedicado para esse ramo da zoologia foi criado em 2012. Ludmilla é bióloga do Museu, coordena o setor e também é curadora da Coleção de Mamíferos da instituição. Ela também comemorou o prêmio recebido. “Particularmente, fiquei muito orgulhosa. A ideia de apresentar essa análise na Semabio foi das próprias meninas e fico muito feliz em ver esse reconhecimento. Nenhuma delas recebe bolsa e estão trabalhando com pesquisa e extensão no setor há, pelo menos, dois anos”, reconhece.
Mais sobre o trabalho premiado
Com o título Maior interação do público com temas atuais na divulgação científica: um estudo de caso do Instagram do setor de Mastozoologia do Museu de História Natural da Universidade Federal de Alagoas, o trabalho tem autoria, além de Pâmela, de Ana Beatriz Silva Melo, Natália Luiza de Araújo Macêdo e Anna Ludmilla da Costa-Pinto.
Pâmela explica que o objetivo do trabalho foi “verificar o modo como o público interage mais com postagens de cunho de divulgação científica que são feitas com base em temáticas atuais”. Ela conta que o ponto de partida foi uma postagem sobre o lobo guará que, na época, estava em alta por causa do lançamento da nota de duzentos reais. A publicação, lembra ela, “recebeu incríveis 183 curtidas, quando, normalmente, nossa média de curtidas nas demais postagens varia de 60 a 80, além de um alcance de 1.967 pessoas, bem mais do que o nosso número de seguidores”.
Ela relata que, por meio desse estudo, entendeu que esse “aumento da interação do público se dá pelo efeito do algoritmo do Instagram, que tende a recomendar e dar destaque a postagens com temas atuais, o que explica a alta dos números de curtidas e alcance”.
Com esse estudo, ganharam as meninas e também o processo de divulgação científica, pois as postagens do Setor de Mastozoologia passaram a ser direcionadas da melhor maneira para informar o público. “Fomos capazes de concluir que, tratando-se de divulgação científica na rede social Instagram, uma ótima estratégia é justamente a confecção de postagens que explorem de alguma forma as temáticas atuais, a fim de que a divulgação científica chegue a mais pessoas”, afirma Pâmela.
Vem conhecer o “Mastogram”
“O perfil do Setor de Mastozoologia no Instagram, que carinhosamente chamamos de ‘Mastogram’, foi criado em 2018 com o objetivo de divulgar nosso trabalho e levar ao público em geral curiosidades e informações sobre esse grupo tão interessante que são os mamíferos”, conta Ludmilla. Para conferir, acesse aqui.
A bióloga do MHN conta que as ideias para os posts surgem e são desenvolvidas por toda equipe. “Como não somos da área da comunicação vamos aprendendo na prática e buscando formas de trazer fatos interessantes, compreensíveis e atingir sempre um público maior. Foi um meio que encontramos de aproximar nosso trabalho da sociedade, tentando criar simpatia das pessoas pelos mamíferos e sensibilizar para a importância desses animais”, destaca.
Ela relata que por causa da pandemia e do fechamento ao público dos museus, o “Mastogram” se tornou a ferramenta para seguir fazendo extensão. “Por meio dele, realizamos até eventos, como o 2º Dia Internacional dos Morcegos de Alagoas, mas o mais importante é que conseguimos ultrapassar os limites físicos do MHN e seguimos interagindo com as pessoas”, ressalta.