Alunos da Ufal são convidados a colaborar com estudo sobre uso de medicamentos e psicoativos

Pesquisas mostram crescimento na venda de antidepressivos e universitários como vulneráveis ao uso de drogas lícitas e ilícitas

Por Manuella Soares - jornalista
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O Grupo de Pesquisa em Toxicologia da Ufal intensificou, nos últimos dias, o pedido de colaboração massiva dos estudantes para a pesquisa sobre o uso de substâncias lícitas e ilícitas e medicamentos psicoativos. O estudo quer saber o reflexo disso na comunidade acadêmica da instituição e abriu, desde março, um questionário online para participação voluntária e sigilosa.

O adoecimento mental tratado na literatura médica como secundária à covid-19 é sinalizado pelo aumento na venda de antidepressivos no país.  Um dado recente e preocupante é que o Conselho Federal de Farmácias mostra que quase 100 milhões de caixas de medicamentos controlados foram vendidos em todo o ano de 2020. Isso representa 17% a mais na comparação com os 12 meses anteriores.

De acordo com dados da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), os universitários compreendem uma parcela importante das pessoas que apresentam risco e vulnerabilidade para o uso de drogas lícitas e ilícitas. Por isso, o estudo realizado pela Ufal pretende conhecer o padrão local do consumo, considerando a pandemia e a pós-pandemia causada pelo novo coronavírus.

A pesquisa é coordenada pela professora Aline Fidelis, com apoio dos alunos do curso de graduação em Farmácia, Allysson Firmino e Andressa Harue Inoue, e do mestrando Anderson Lopes Pimentel. Para participar, basta preencher um formulário eletrônico. As respostas vão traçar o perfil do uso de substâncias psicoativas entre os estudantes de graduação e “contribuir para o direcionamento de estratégias de prevenção ao consumo de drogas e de promoção do uso racional de medicamentos”, como apontou o grupo.

Focado na toxicologia psicossocial, o questionário foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade e precisa que o aluno aceite participar mediante Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Em poucos minutos é possível responder às 12 questões relacionadas à frequência e à quantidade de consumo de bebida alcoólica e, em seguida, marcar as opções apresentadas sobre drogas e medicamentos psicoativos sem prescrição médica ou de dentista. Nesta etapa são mais dez questões objetivas que especificam a constância do uso. Na lista estão substâncias como ansiolíticos, alucinógenos, estimulantes, sedativos e inibidores de apetite, por exemplo.