Pibid História supera desafios de ensino remoto para implantar projetos

Alunos das redes municipal e estadual participam das ações dos bolsistas e professores da Ufal

Por Manuella Soares - jornalista
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Em tempos de ‘ensino.com’, o Programa de Iniciação à Docência do curso de História (Pibid-História) da Ufal precisou se reestruturar. O subprojeto intitulado Formação de Professores de História: patrimônio, memória, leitura, escrita e uso de linguagens diferenciadas na construção do pensamento crítico-histórico enfrentou os desafios da distância e implantou o primeiro semestre totalmente virtual para atender às escolas Maria Salete de Gusmão e Jayme Amorim de Miranda.

“O Pibid tem nos ajudado a resistir às intempéries deixadas pela pandemia da covid-19 e, também, pela pandemia da exclusão de muitos estudantes das universidades e escolas de educação básica das redes regulares de ensino em todo o país. O Pibid foi um dos instrumentos propulsores para enfrentarmos os medos e as incertezas acerca dos caminhos que iríamos construir para ensinar e aprender história, pois, os caminhos que costumeiramente conhecíamos para o exercício da docência e da pesquisa já não nos passavam segurança diante da ferocidade da infecção e da letalidade da covid-19. Assim, foi necessário construir novos caminhos para, enfim, lançarmos alguns dos objetivos previstos no nosso subprojeto”, ressaltou o professor Antonio Alves Bezerra.

O projeto é formado por uma equipe de 20 integrantes, dos quais 16 são estudantes bolsistas de Iniciação à Docência (ID), uma estudante voluntária, um professor do curso de História da Ufal e dois professores de História, lotados nas escolas atendidas. Entre os bolsistas, apenas alguns já haviam vivenciado o ambiente físico universitário; os outros já iniciaram no ensino on-line na Ufal

Para desenvolver as ações já previstas, os coordenadores elaboraram um roteiro didático-pedagógico que orientou os estudantes a se familiarizarem e usarem recursos tecnológicos do ambiente de sala de aula remota. O roteiro foi composto por vários sites e programas computacionais a exemplo de photoshop, google forms, inshot, woldwoll, crosswordlabs, mentimenter, para atender as demandas dos conteúdos tratados de forma síncrona ou assíncrona, assegurando a participação dos que frequentaram os encontros.

Todas as atividades produzidas pelas duas equipes ficaram acessíveis no Instagram do Pibid-História e, breve, serão publicadas no blog que está em construção.

Ações e desafios

O uso de temas geradores para o ensino de História foi adotado como abordagem metodológica na Escola Estadual Prof.ª M.ª da Salete Gusmão de Araújo. Nas atividades, os estudantes são protagonistas, sujeitos centrais no processo de ensino e aprendizagem. O professor supervisor Wellington Medeiros conduziu o tema Cidadania e Reivindicações Sociais, abordando conceitos a partir do livro Cidadania no Brasil. O longo Caminho, do historiador José Murilo de Carvalho.

Já nas turmas do 9º ano fundamental, o projeto discutiu a participação das mulheres na política e a conquista do voto feminino no Brasil, durante o governo provisório de Getúlio Vargas, entre os anos de 1930 e 1934. Todo o processo de ensino e aprendizagem histórica foi conduzido de forma interdisciplinar envolvendo as professoras de Língua Portuguesa da escola e os bolsistas do Pibid. As docentes ministraram aulas sobre a estrutura do texto, o contexto e a linguagem das Histórias em Quadrinhos (HQs). Os estudantes produziram HQs e participaram de oficinas que discutiram o uso de diferentes fontes e linguagens no ensino da disciplina de História na sala de aula.

No último bimestre, entre os meses de março a junho desse ano, a equipe desenvolveu a ação do subprojeto Minha história, minha rua, quando se buscava pesquisar e compreender os desdobramentos e as interfaces da constituição da história dos bairros em que residem os estudantes da Escola Estadual Salete Gusmão de Araújo.

Já na Escola Municipal Jaime Amorim de Miranda, a professora Joana Sales trabalhou com alunos do 6º ano fundamental e relatou que a falta de acesso às redes de comunicação e equipamentos foram grandes desafios para a aprendizagem. Mas, superando as dificuldades, Joana destaca a importância do Pibid:

“O Programa se torna mais essencial, dado às possibilidades de aprendizagem que ele desvela para nós, professores, e para os bolsistas, futuros professores de História. A presença dos bolsistas de ID no ambiente escolar, mesmo que remoto, revela um frescor acadêmico trazido pelos futuros professores, sabendo-se que estes bolsistas de ID possuem robusto acervo de conhecimentos tecnológicos e digitais que muito tem contribuído para a minha formação continuada, assim como para as aprendizagens de alguns colegas da equipe em momento de formação, mas, sobretudo, tem facilitado a aprendizagem dos estudantes da Escola Jaime Amorim de Miranda”.