Pesquisa virtual questiona a percepção sobre as pessoas em situação de rua

Para colaborar, basta responder um formulário on-line destinado apenas a residentes em Maceió; não precisa se identificar

Por Manuella Soares - jornalista
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Você já ouviu falar sobre ‘pessoa em situação de rua’ (PSR)? Com que frequência vê? Perto de casa, do trabalho, no centro da cidade? Esses são alguns dos questionamentos feitos por uma pesquisa virtual desenvolvida pelo projeto de extensão Além das Ruas Tradicionais: narrativas e memórias dos invisíveis do centro de Maceió.

O trabalho é coordenado pela professora de Relações Públicas, Rosa Lucia Correia, e pretende saber mais a respeito da interação e da percepção sobre a população em situação de rua na capital alagoana. Para colaborar com a pesquisa, basta clicar aqui e responder a um questionário simples, mas é exclusivo para pessoas que residem em Maceió.

Além de informações básicas, o formulário on-line pergunta se já presenciou agressão; o que pode ter provocado a situação de rua; se já participou de alguma ação social para esse público; e se acredita que políticas públicas podem tirar essas pessoas da rua. Não é preciso se identificar para responder à pesquisa.

“Pretendemos entender a percepção do maceioense a respeito da situação de rua, da invisibilização e vulnerabilidade social de quem está nessa realidade. A ideia também é conseguirmos identificar razões do preconceito com a população de rua, motivos para a pouca sensibilização/impacto que suas campanhas alcançam, diferente de outras demandas sociais”, explicou Rosa.

Encerramento de um ciclo

A pesquisa virtual é a finalização do projeto. De acordo com Rosa, a equipe vai avaliar o que conseguiram fazer e o que ainda pretendem desenvolver em outro projeto voltado para a organização política do Movimento Nacional de Pessoas em Situação de Rua (MNPR-AL).

De julho a agosto do ano passado, o projeto realizou uma série de lives no canal da Pró-reitoria de Graduação (Prograd) no Youtube, abordando o tema da covid-19 e a população em situação de rua. Agora, no próximo dia 19 de agosto, haverá o Dia Nacional de Luta das PSRs e o projeto vai acompanhar e registrar para ter mais elementos de pesquisa.

Além de Rosa, participam do projeto de extensão a professora de Enfermagem, Jorgina Sales, que é coordenadora-geral do Programa Consultório na Rua; e a professora de Serviço Social do Cesmac, Ana Tojal, que contam também com a colaboração de estudantes das duas instituições. O coordenador regional do MNPR, Rafael Machado, também integra o projeto.

Ao final da ação do dia 19 e com o resultado da sondagem por meio do formulário eletrônico, a ideia é gerar material para publicação e, a partir do escopo do preconceito social, auxiliar o Movimento a sensibilizar a sociedade.

“Na literatura fala-se muito que a sociedade vê a pessoa em situação de rua como alguém que fracassou e alia a isso estereótipos patológicos como: bêbado, drogado, marginal, doente mental, entre outros”, ressaltou Rosa, salientando: “As pessoas desconhecem que usar drogas ou beber demais pode ser tanto uma razão para estar na rua como também o resultado disso, uma forma de resistência cotidiana para lidar com a desumanização, a fome, a sede, o frio...”.

Para saber mais sobre o projeto, acesse a página @alémdasruas.maceio, no Instagram.