Árvore de Natal de microalgas dá início a projeto de pesquisas

Equipe acompanhou crescimento da população das microalgas e pretende realizar mais estudos sobre sistema criado

Por Manuella Soares - jornalista
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O Natal já passou, mas os alunos do curso de Engenharia de Pesca da Ufal em Penedo produziram um presente especial que vai ser o início de um grande projeto. Eles confeccionaram uma árvore de Natal de microalgas a partir de um sistema de fotobiorreator fechado.

A ideia já é mantida no curso para que os alunos possam acompanhar a produção de várias espécies de microalgas num sistema mais simples. Mas a iniciativa de criar a árvore de Natal surgiu como forma de despertar maior curiosidade sobre esse método que é bastante utilizado na aquicultura.

“Pra gente é extremamente gratificante ver eles interessados, praticando, se aperfeiçoando. Foi uma experiência nova que nos estimula a dar continuidade porque foi algo que chamou atenção dos alunos e da comunidade externa”, destacou o professor Irũ Guimarães, que supervisionou o trabalho.

Para tirar a ideia do papel eles contaram com o apoio financeiro da empresa Verde Natural, que custeou parte do material utilizado. O restante foi reciclado por meio do engajamento da equipe do Laboratório de Bioecologia e Cultivo de Organismos Aquáticos (Labic).

As microalgas são organismos unicelulares e microscópicos que vivem em meios aquáticos e têm a característica curiosa de realizar fotossíntese e se desenvolver utilizando luz do sol e gás carbônico.

Neste estudo a microalga em seu meio de cultura(água+nutrientes), é bombeada desde o reservatório e passa pela tubulação transparente da mangueira, recebendo luz, para que realize a fotossíntese, e a população possa crescer. Ainda neste processo, o sistema também recebe aeração para homogeneizar o meio e realizar trocas gasosas. A população é periodicamente analisada para o devido controle da concentração celular e adição de meio de cultura.

O professor Irũ explica que como é organismo vivo existe uma curva de crescimento e, no último domingo (25), chegou na fase estacionária, ou seja, parou de crescer. Esta semana a população começou a diminuir, o que leva a árvore a ser desmontada. Mas não significa que o projeto acabou.

“A gente quer montar o mesmo sistema de cultivo, só que maior, usando uma parede da Unidade [em Penedo] para os alunos observarem, despertar a curiosidade mesmo. Lá são cinco cursos e um conjunto de graduandos de diferentes áreas, mas que todos podem se engajar nesse trabalho, porque cada expertise dessas áreas pode fazer uma contribuição relevante”, adiantou o professor.

Nos próximos anos, além de trabalhar com esse sistema de forma demonstrativa, o docente destaca que pretende focar em pesquisas aplicadas. “É pra gente melhorar a eficiência de produção, aprimorar o sistema e assim, a parte de aquicultura ser uma atividade que possa crescer no Estado, já que o Nordeste tem uma intensidade luminosa bastante elevada em comparação a outras partes do mundo. Aqui é um grande potencial e deve ser incentivado”, projeta Irũ Guimarães.