Alunas divulgam rede de apoio a vítimas de violência doméstica em Arapiraca
Intervenção acontece no Hospital de Emergência do Agreste
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Desde o início da pandemia de covid-19, com o consequente isolamento social, os dados levantados pelo Observatório da Mulher Contra a Violência, em parceria com o DataSenado, revelaram um aumento da violência doméstica e familiar contra as mulheres na maioria dos estados brasileiros. Essa realidade também foi percebida por estudantes de Serviço Social da Universidade Federal de Alagoas, da Unidade de Palmeira dos Índios, durante o estágio no Hospital de Emergência Dr. Daniel Houly (HE) do Agreste.
As estagiárias Highlany Ferreira da Silva e Lidiane Mendes Amorim decidiram então executar um projeto de intervenção com o tema Violência Doméstica e Familiar contra Mulheres: a importância da Rede de Apoio. A primeira apresentação foi realizada no dia 17 de fevereiro, na ala de trauma do Hospital. Na última segunda-feira (21), as estudantes fizeram a mesma conscientização na ala de enfermarias.
A intervenção contou com a supervisão de campo das assistentes sociais Andréa Paula Bezerra Alencar Lira e Silvana Leite; da coordenadora do Serviço Social da UE, Thaysa Mariá da Silva Magalhães Amorim; o acompanhamento da coordenadora do curso de Serviço Social, Adielma Lima, e supervisão acadêmica da professora Martha Daniella Tenório de Oliveira. “O projeto tem por objetivo disseminar conhecimentos sobre violência doméstica e familiar às pessoas internadas e que frequentam o Hospital”, explicou a professora Martha Oliveira.
Além de relatar quais são os tipos de violência que mais atingem as mulheres em suas próprias casas, as estagiárias buscaram incentivar a busca pela rede de apoio. “Tendo em vista a importância da abordagem de tal temática como forma de dar voz e conhecimento à população acerca dos direitos e serviços disponíveis na rede. O projeto aponta para a necessidade da criação do fluxograma para encaminhar todas as demandas ao Serviço Social, assegurando a garantia dos direitos às mulheres vítimas de violência”, destacaram as estagiárias.
A abertura do projeto contou com a presença da PM Adriana, comandante da Patrulha Maria da Penha, em Arapiraca, e a participação das assistentes sociais e psicólogas da Casa de Direitos, serviço vinculado à Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev), e das coordenações e servidores do HE. “Além de reconhecer as formas de violência a que estão submetidas, as mulheres precisam saber onde podem buscar ajuda”, refletiram as estudantes.
Na atividade do último dia 21, participaram também representantes da direção do Hospital, da Comissão da Mulher da OAB Alagoas, do Núcleo da Mulher Vítima de Violência e da Patrulha Maria da Penha. “Esse dia foi maravilhoso, com participação maciça dos usuários na recepção. E, depois, com roda de conversa na enfermaria feminina, com pacientes e acompanhantes mulheres. Fiquei encantada com o projeto das meninas! Estão de parabéns”, destacou Andréa Paula, assistente social.
A assistente social ressalta que a disseminação da rede de proteção social deve ser feita todos os dias em todos os canais possíveis. “O que nós percebemos, no momento em que conversamos com a população usuária do Hospital, é que as pessoas não conhecem a rede de apoio. Muitas vezes, as mulheres não querem denunciar, mas precisam se sentir amparadas, para se fortalecerem, serem esclarecidas sobre os direitos e saberem que existe uma rede de apoio onde elas serão acolhidas e orientadas a como se protegerem, para terem a coragem de denunciar”, concluiu Andrea Paula Lira.