Hospital Universitário celebra Dia Mundial do Doador de Sangue

O processo não tem efeitos colaterais, sendo realizado de forma criteriosa para garantir o bem-estar de quem doa e salvar a vida de quem recebe a transfusão

Por Raoni Santos - jornalista
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O Dia Mundial do Doador de Sangue é celebrado em 14 de junho desde 2005, e neste ano a Organização Mundial de Saúde (OMS) lembra o hábito de contribuir com regularidade. No Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HU/Ufal), foi organizada a Semana do Doador de Sangue, entre os dias 12 e 16 de junho, que faz parte do Junho Vermelho, mês dedicado ao tema e que suscita esclarecimentos sobre o processo de doação que podem ajudar os bancos de sangue a garantir seus estoques.  

 Para a hematologista e hemoterapeuta Cinthya Pereira Leite, a principal resistência é cultural. Como a população ainda não tem o hábito de fazer a doação voluntária de sangue, surge uma série de medos, decorrentes do fato de o procedimento ser ainda desconhecido para muitas pessoas, que ainda creem que muito sangue será tirado e haverá efeitos colaterais posteriores como fraqueza e tontura. “Tiramos a quantidade realmente necessária, sem que isso cause nenhum dano. Procuramos sempre proteger tanto o doador quanto o paciente que receberá o sangue, pois a doação tem que ser boa para os dois”, ressalta. 

 A médica do HU explica que há uma diferença de volume extraído para doadores do sexo masculino e feminino, conforme a Portaria de Consolidação Nº 5, de 28 de setembro de 2017, do Ministério da Saúde. “Nas mulheres, o máximo que podemos tirar é 8 ml por quilo e nos homens, 9, com o máximo de 500 ml. No Hospital Universitário, na realidade, extraímos até menos do que se poderia. Isso é mais um motivo para mostrar que a doação não causa nenhum dano a quem doa”, acrescenta Cinthya.   

O banco de sangue do Hospital Universitário tem a capacidade de 30 atendimentos por dia e faz parte da hemorrede pública do Estado de Alagoas, com o foco nos pacientes que estão em tratamento nas dependências do HU. Caso algum outro serviço ou hospital necessite de sangue, o HUPAA pode ofertar unidades, aumentando a capacidade de salvar vidas.   

União 

O operador de logística José Nazário da Silva, 38 anos, veio de Murici, cidade que fica a 54 km de Maceió, para doar sangue pela segunda vez, motivado pela oportunidade de ajudar um amigo que tinha sofrido um acidente de moto e precisou de transfusão. Ele e outros amigos se organizaram para ajudar o companheiro. Após o episódio, surgiram outros convites e oportunidades como esta, no dia mundial do doador de sangue, onde reservou um pedaço da rotina para ajudar o próximo. “Apesar dos problemas do dia-a-dia, acho que podemos parar um pouco e pensar que existem vidas precisando de nós e que nossa gota de sangue fará muito bem”, comenta.  

José Nazário crê que a união da sociedade tornaria a situação dos bancos de sangue mais confortável e faz sua parte incentivando amigos para doarem. Ele deixa um recado para quem hesita em contribuir, destacando que num determinado momento é o outro quem necessita de ajuda, porém, qualquer um de nós pode um dia precisar de apoio. “Na vida que vivemos hoje, estamos sujeitos a todas as circunstâncias. Há pessoas numa cama de hospital necessitando de uma transfusão de sangue, e que muitas vezes estão dependendo só da atitude de quem está na dúvida. A palavra-chave é: Doe. Faça a sua parte, salve vidas”, afirma.  

Serviço 

O banco de sangue do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes é institucional, mas também aberto à população. Funciona de segunda à quinta, das 7h30 às 12h e das 13h30 às 16h, e na sexta-feira, entre 7h30 e 12h. Interessados podem agendar pelo telefone 3202-3743 ou comparecer ao HU munidos de documento oficial com foto. 

Para conhecer mais, consulte a página da Política Nacional de Sangue, Componentes e Hemoderivados do Ministério da Saúde  .