Neabi Ufal e Bancada Negra realizam o evento Julho das Pretas

O evento acontecerá nos dias 27 e 28 de julho no auditório da Reitoria da Ufal, no Campus A. C. Simões

Por Lenilda Luna - jornalista
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No mês em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, 25 de julho, a Bancada Negra e o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), convidam a comunidade acadêmica e a sociedade para o Julho das Pretas. O evento acontece nos dias 27 e 28 de julho, no auditório da Reitoria da Ufal.

A proposta é de um encontro de mulheres negras para conversar sobre suas vivências. “Vamos discutir projetos que visem o bem viver da população preta na capital alagoana. Através da reunião dessas vozes potentes, que se articulam de formas múltiplas na luta da defesa social, celebraremos o Dia Internacional da Mulher Negra Afro Latina Americana e Caribenha”, destaca Alycia Oliveira, integrante da Bancada Negra e pesquisadora do Neabi.

Entre as palestrantes previstas para os dois dias de atividade, está a pernambucana Robeyoncé Lima, primeira advogada trans preta de Pernambuco, que recebeu mais de 80 mil votos na última eleição para deputada federal. Ela é vice-presidenta da Comissão da Verdade sobre a Escravidão Negra da OAB/PE e vai falar sobre a sua trajetória política e sobre a importância da representatividade no meio parlamentar.

Sobre o 25 de julho

O dia 25 de julho celebra a força e resistência da mulher negra latino-americana e caribenha. A origem deste dia remonta a um encontro histórico realizado em 1992, na cidade de Santo Domingo, na República Dominicana, quando mulheres negras de diversos países latino-americanos e caribenhos se reuniram para discutir suas realidades e traçar estratégias de enfrentamento ao racismo, sexismo e outras formas de opressão.

Desde então, a data tem se fortalecido como um momento de reflexão, visibilidade e empoderamento das mulheres negras, que enfrentam múltiplas discriminações e desafios específicos. Essa data proporciona uma plataforma para discutir questões relacionadas à discriminação racial e de gênero que afetam a vida das mulheres negras, além de promover o reconhecimento de suas conquistas e saberes.

No Brasil, a data também homenageia Tereza de Benguela, líder do quilombo do Quariterê, que no século XVIII abrigava mais de cem pessoas, entre negros que fugiam da escravidão e indígenas sobreviventes ao extermínio promovido pelos colonizadores. A liderança de Tereza, reconhecida por mais de 20 anos, deu visibilidade ao protagonismo da mulher negra na história brasileira, que resiste, apesar do silenciamento na historiografia oficial.

Celebrar o 25 de julho é uma oportunidade para resgatar as histórias silenciadas e invisibilizadas dessas mulheres, e reforçar a luta por igualdade, justiça e direitos plenos. O dia é um convite para valorizar as vozes e experiências das mulheres negras, ampliar sua representatividade nos espaços de poder e construir uma sociedade mais igualitária.

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