Estudantes criam projetos de restauração para prédios históricos
Ação foi realizada por estudantes de Arquitetura e Urbanismo em Marechal Deodoro; projetos já foram entregues aos proprietários
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A dificuldade de proprietários e instituições em elaborar projetos de restauração de prédios históricos mobilizou estudantes do curso de Arquitetura de Urbanismo (FAU) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) a firmarem parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Alagoas. Com o apoio da Prefeitura Municipal de Marechal Deodoro, 26 discentes do curso elaboraram projetos arquitetônicos de restauração de alguns imóveis situados no Centro Histórico da cidade.
O município, primeira capital de Alagoas, foi escolhido devido à parceria com o Iphan, que já tem atuação na cidade, e é considerado patrimônio nacional, tendo seu conjunto arquitetônico e urbanístico tombado pelo Instituto. O foco da ação de extensão foi colaborar para a preservação do patrimônio, uma vez que, em posse dos projetos, os proprietários ou as instituições públicas poderão pleitear recursos para financiar a recuperação das edificações.
“Buscamos promover a interação, a parceria e os diálogos transformadores entre a Universidade e outros setores da sociedade, fortalecendo ainda a integração entre a teoria e a prática acadêmica, além de possibilitar a aproximação entre o meio acadêmico e a sociedade atendida, já que os discentes tiveram a oportunidade de interagir com a comunidade estudada”, destaca a professora Adriana Guimarães Duarte, responsável pelo projeto.
As atividades já foram realizadas e, em julho deste ano, os discentes apresentaram e entregaram os projetos aos proprietários, em reunião realizada junto com a arquiteta Thalianne Leal, representando o Iphan, e o superintendente do Patrimônio Histórico de Marechal Deodoro, Ênio Lins, entre outros membros da prefeitura e da comunidade.
“A elaboração dos projetos foi uma ação de preservação do patrimônio, pois ao entregar os projetos aos proprietários, eles também podem buscar recursos para a execução. Assim como o Iphan e a Prefeitura Municipal, que, enquanto instituições públicas que zelam pelo patrimônio, podem viabilizar a execução dos imóveis que se encontram em estado de degradação e possam captar recursos para a execução dos serviços de intervenção”, conclui a professora.
Mais sobre o projeto
Conforme explica a docente Adriana Guimarães Duarte, as atividades fizeram parte da disciplina de Projeto de Arquitetura 4 e tinham como foco aproximar os discentes do campo de atuação do profissional arquiteto e urbanista em relação à área de preservação do patrimônio cultural.
Antes da elaboração dos projetos de restauração, a turma de discentes realizou visitas ao local para realizar levantamento cadastral do imóvel, diagnóstico detalhado de todos os ambientes com identificação das patologias e estado de conservação de elementos arquitetônicos, sistemas construtivos e dos acabamentos de pisos, parede e teto, que posteriormente nortearam o prognóstico e projeto de restauração.
“Por meio de tais informações, foi possível exercitar a produção dos documentos técnicos em conformidade com os conceitos, normas e preceitos que orientam as práticas contemporâneas do restauro”, informou a docente.