Expofísica desperta o interesse dos adolescentes pela Ciência
Professor de Senador Rui Palmeira que foi aluno do IF traz estudantes para conhecer a exposição científica
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A cada ano cresce o número de visitantes e de escolas do ensino médio, de Maceió e municípios do interior, que participam da Expofísica, realizada anualmente pelo Instituto de Física da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), no Campus A.C. Simões. Na 19ª edição, o evento, que este ano tem como tema Ciência, Tecnologia e Inovação nas últimas cinco décadas, alcançou o alto sertão alagoano.
Gleiser Agostinho dos Santos é professor de uma escola do município Senador Rui Palmeira, distante 236 Km da capital alagoana. Há dez anos ele era estudante de Física a Distância, no polo Santana de Ipanema, e participou da exposição O Barato da Física durante a graduação. Este ano, ele veio para a Expofísica como coordenador de uma delegação de alunos do ensino fundamental. “Era um projeto que eu tinha de trazer os estudantes para conhecer essa exposição científica”, declarou o professor.
Para realizar a proposta, ele contou com o apoio da direção da Escola Municipal Vereador Fernando Nepomuceno e também da gestão da Prefeitura, por meio da secretária de Educação, Rejane Oliveira. Muitos estudantes ficaram interessados em participar desta excursão científica, então foi preciso selecionar. “Realizamos atividades didáticas, aulões, simulados de Enem. Entre os 240 estudantes, foram aprovados os 14 que foram considerados como Feras em Ciências”, contou o professor.
Os estudantes acompanharam exposições com temáticas sobre A Física da Música, exposição de trabalhos de Escolas Públicas do Ensino Médio de Alagoas, Mostra de Experimentos Didáticos, Atividades Práticas com Lasers e até peças teatrais abordando os conceitos da Física. A tarefa agora é voltar e compartilhar esses conhecimentos com os demais. Aulice Torres, de 15 anos, está comprometida em repassar a experiência. “Quero contar tudo, falar dos experimentos e da Universidade. Tudo muito interessante.”, garantiu a aluna.
O professor Gleiser também levou os estudantes para conhecer alguns equipamentos da Ufal, com o intuito de despertar neles o desejo de continuar os estudos e colocar a graduação como uma meta. “Eu sou de Senador Rui Palmeira e tive a oportunidade de cursar a Universidade. Quero que mais conterrâneos meus possam fazer graduação. Eu vim à Maceió para uma exposição assim a convite do meu professor Wandearley Dias e sei como é importante esse estímulo”, ressaltou ele.
Aprender e ensinar
Quem ensina sempre aprende. É assim no processo de ensino-aprendizagem. Ruth Arcoverde sabe bem disso. A estudante do curso de Física da Ufal era uma das mais entusiasmadas monitoras durante a visitação das turmas das escolas aos estandes da Expofísica. “É uma experiência única, principalmente para nós que somos da Licenciatura e queremos colocar em prática o que estudamos aqui na Universidade. A gente estuda o assunto, mas quando precisamos explicar para outras pessoas é que aprendemos”, disse a universitária.
Ela destaca a importância das exposições científicas para ampliar os conhecimentos de estudantes do ensino fundamental e médio, já que nem todas as escolas estão equipadas com laboratórios de Física. “Eu gostaria que muitas pessoas pudessem aproveitar essa oportunidade. A gente se encanta com o entusiasmo dos alunos durante os experimentos. Os olhos deles brilham. Descobrir a Ciência é bom demais”, comemorou Ruth.
A coordenadora da Expofisíca, professora Maria Tereza de Araújo, destacou essa possibilidade de compartilhar conhecimentos de forma lúdica e entre vários níveis de aprendizagem. “Nós temos aqui nossos estudantes apresentando suas pesquisas, assim como professores do Instituto com projetos mais avançados, como também alunos do ensino médio que trouxeram seus experimentos e até nossos técnicos-administrativos, que são colaboradores dos laboratórios, desenvolvem pesquisa e estão apresentando seus trabalhos. A Expofisica estimula essa troca de conhecimento”, concluiu a coordenadora.