Licenciatura em Dança realiza intercâmbio cultural de alunos e comunidade

Atividade contou com participação de dois grupos de dança da capital

Por Ascom Ufal
- Atualizado em
Intercâmbio cultural contou com participação de dois grupos de dança da capital
Intercâmbio cultural contou com participação de dois grupos de dança da capital

Estudantes do curso de Licenciatura em Dança da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) participaram, no mês de setembro, de uma ação de Intercâmbio Cultural realizada no Museu de Imagem e Som de Alagoas (Misa). A atividade está vinculada a um dos componentes curriculares do curso( Panorama da Dança em Alagoas 2), e é coordenada pela professora kamilla Mesquita.

“Na primeira parte da disciplina, tínhamos como objetivo pesquisar contextos diversos nos quais a dança acontece em Maceió, e nesta segunda parte, propusemo-nos a realizar alguns intercâmbios culturais entre os grupos pesquisados anteriormente”, explica a professora. A ideia era propor o desenvolvimento de diálogos entre os alunos e a comunidade, a partir de encontros presenciais em diversas localidades da capital e do interior de Alagoas, a fim de estabelecer trocas culturais, e gerar trabalhos críticos sobre o panorama artístico e cultural de Alagoas, divulgando-os em veículos de comunicação.

A atividade foi realizada em parceria com o grupo de extensão Serpenteando, coordenado pela bailarina e pesquisadora Camila Saraiva, que já atuou como docente substituta do Curso de Dança da Ufal e que trabalha, como ela própria costuma dizer "serpenteando" entre danças árabes e de fusão em uma interessante pesquisa de como atualizar esses movimentos de cunho tradicionais numa perspectiva contemporânea; e com o Grupo de Expressão Corporal da Terceira Idade, coordenado pelo bailarino e professor Edu Passos.

Esse último tem uma trajetória que se iniciou há alguns anos no Cenarte, mas em função do fechamento deste equipamento cultural da cidade, os encontros estão acontecendo semanalmente no Misa. “Há aqui, um movimento de resistência do grupo, que apesar das adversidades e falta de um espaço adequado para a Dança, segue se encontrando ainda que em condições de infraestrutura nada ideais, mediante o sucateamento dos espaços dançantes da cidade”, afirma.

Ela lembra ainda que os dois grupos possuem públicos femininos que se encontram em uma tarde para trocarem experiências dançantes. “O fato de que o grupo de expressão Corporal coloca em evidência corpos que fogem de um padrão equivocadamente criado no imaginário de senso comum sobre um corpo dançante que deve ser jovem e virtuoso. Em contraponto a isso, corpos repletos de histórias expressam-se por meio da Dança todas as quintas-feiras a tarde, realizando inclusive algumas mostras eventuais em espaços cênicos. Corpos mais velhos que desejam dançar existem, e foi talvez o mais valioso a ser constatado pelos nossos estudantes”, comenta.

E conclui: “Se esses corpos desejam dançar, cabem-nos, além do respeito a esse desejo, oportunizar espaços, oportunizar circunstâncias dançantes, pesquisar metodologias, e uma maior visibilidade a esses corpos maduros que dançam, para que cada vez mais isso se naturalize e nos seja cada vez mais frequente ver corpos idosos dançando, dançar com esses corpos, e podermos vislumbrar com naturalidade nossos próprios corpos permanecerem dançantes com nossos próprios envelhecimentos”.