Théo Brandão recebe turmas de Design e Arquitetura para aula de campo

Momento fez parte das disciplinas “Percepção da Forma” e “Conservação e Restauro I”, ministradas pela professora Adriana Guimarães

Por Maurício Santana - estudante de Jornalismo
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Na semana de 9 a 13 de setembro, o Museu Théo Brandão (MTB) reafirmou seu status como espaço educacional ao receber estudantes das disciplinas “Percepção da Forma” e “Conservação e Restauro I”, ministradas pela docente Adriana Guimarães, para aula de campo. Os componentes curriculares fazem parte, respectivamente, dos cursos de bacharelado em Design e em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

“Tenho uma relação de muito carinho com o museu, pois tenho participação em todo o projeto de restauro realizado em meados dos anos 2000. Foi meu primeiro projeto de restauração, eu ainda era recém formada, então me parece o espaço perfeito para aplicação dos conceitos dessas disciplinas”, afirmou Adriana Guimarães, que também é coordenadora da especialização em Práticas Culturais Populares, ofertada pelo MTB.

Segundo a professora, os discentes da disciplina “Percepção da Forma”, oferecida no 1º período do curso de Design, aproveitaram a visita para observar exemplos do conceito de identidade cultural, abordado em aulas teóricas. Ela relatou que a escolha do museu para este momento foi para que a turma fosse conduzida por um espaço onde pudesse entrar em contato com acervos que falam diretamente sobre a identidade cultural do povo alagoano. “E para isso, nada melhor do que a casa da gente alagoana”, destacou a docente.

Já a disciplina “Conservação e Restauro I”, oferecida aos estudantes do 7º período do curso de Arquitetura e Urbanismo, aborda temáticas como bens culturais materiais e imateriais. Nela, os alunos começam a aprender sobre a restauração de edifícios e sítios históricos, como o Museu Théo Brandão. A professora afirmou que o espaço é ideal para evidenciar possíveis danos, explorar soluções projetuais e demonstrar, durante a visita, a aplicação das teorias contemporâneas de restauro.

“Aqui, posso explorar ao máximo os campos abordados em sala de aula de maneira apenas teórica em ambas as disciplinas. Independente do curso, não dá para transmitir todo o conhecimento de uma graduação guiando os estudantes apenas por imagens mostradas em telas”, lembrou.

Uma das estudantes presentes na aula de campo é Rosana Santos, aluna do 8º período de Arquitetura e Urbanismo e monitora da disciplina “Conservação e Restauro I”. Para Rosana, participar dessa visita duas vezes, uma como aluna no período anterior e outra agora como monitora, proporcionou novas percepções sobre todo o conteúdo da disciplina, antes visto de modo teórico.

Ainda de acordo com a estudante, apesar da professora Adriana apresentar diversos estudos de caso, a experiência é totalmente diferente ao estar imersa no objeto de estudo em uma visita guiada por uma docente com tanta experiência no espaço. Ela afirmou que havia tanto para observar, que um dia inteiro de aula pareceu um curto espaço de tempo: “Conseguimos trabalhar nossa percepção de dano e como o ambiente interfere na conservação e prevenção. Também foi possível observar as decisões projetuais entre o que manter de original e o que atualizar por conta do tempo. E, acima de tudo, pensar sobre ressignificar espaços como esse, celebrando toda a sua história, mas também se atentando ao seu papel prático hoje em dia”.

Para a museóloga Hildênia Oliveira, diretora do Museu Théo Brandão, as aulas de campo realizadas no equipamento cultural fortalecem a presença do museu enquanto espaço universitário. “Se os três pilares da universidade pública são pesquisa, extensão e ensino, esse tipo de atividade garante que o Museu Théo Brandão se faça presente em todos eles. Somos, sim, um espaço de extensão, uma fonte de pesquisa e uma ferramenta de ensino. Estamos nos três elos dessa corrente”, concluiu a gestora.