Instituto de Psicologia celebra as conquistas de três décadas

A comunidade comemorou os 30 anos de Psicologia na Ufal e a aprovação do doutorado

Por Lenilda Luna - jornalista
- Atualizado em
A comunidade comemorou os 30 anos de Psicologia na Ufal e a aprovação do doutorado
A comunidade comemorou os 30 anos de Psicologia na Ufal e a aprovação do doutorado

Uma solenidade de abertura com muitos motivos para comemorar, mas sem deixar de fazer as reflexões críticas e profundas que o momento histórico exige. Foi esse o tom do evento que aconteceu na manhã desta quarta-feira (6), no auditório da Reitoria da Universidade Federal de Alagoas, no Campus A. C. Simões, em Maceió. Para iniciar, a estudante de Psicologia e instrumentista, Sara Lins, fez uma apresentação de flauta, demonstrando os vários talentos da comunidade acadêmica. Em seguida, o cerimonial, coordenado pelo relações públicass Samy Dantas, compôs a mesa, presidida pelo reitorJosealdo Tonholo.

Compuseram essa frente de honra: Leogildo Freires, diretor do Instituto de Psicologia (IP); Obadeyi Carolina Saraiva, do Conselho Federal de Psicologia; Leonardo Tenório, do Conselho Regional de Psicologia; Frederico Costa, da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia; Sheyla Fernandes, coordenadora do Programa de Pós-graduação do IP; Carolina Padilha, coordenadora do Curso de Psicologia de Palmeira dos Índios; Rodrigo Barros, coordenador de Graduação do IP; Ginilson Ramos, representando os técnicos; e o estudante Ismael Marques.

As saudações da mesa destacaram as conquistas dos 30 anos do Curso de Psicologia, ressaltando a consolidação do tripé: ensino, pesquisa e extensão. Algumas das falas foram iniciadas com a audiodescrição, um recurso em que o orador descreve a sua própria imagem para facilitar a compreensão de pessoas cegas ou de baixa visão. Todos os discursos foram traduzidos na Língua Brasileira de Sinais (Libras), pela intérprete e estudante de Psicologia, Raiane Souza.

As representações dos conselhos Federal e Regional agradeceram o convite para participar da abertura da Semana e destacaram a importância de ter essa relação aproximada com a comunidade estudantil que se prepara para exercer a profissão. “Queremos estar próximos da categoria, e nada melhor do que vir à Universidade dialogar com os estudantes, porque a vida profissional começa aqui”, destacou Leonardo Tenório.

Obadeyi informou que ela é a primeira ialorixá a representar os povos tradicionais e a ancestralidade de matriz africana no Conselho Federal de Psicologia. “Nós representamos mais do que uma religião, temos um modo de vida, e lutamos para estar representadas nesses espaços, para que a Universidade e os espaços de poder possam enegrecer”, defendeu a conselheira.

A conjuntura política internacional também esteve presente nas reflexões dos oradores. Frederico Costa parabenizou pela aprovação do doutorado, justamente no marco de 30 anos do curso, e ressaltou os aspectos fundamentais para a construção do pensamento crítico. “Temos um compromisso com essa formação crítica e científica, num período de avanço do conservadorismo e da extrema direita, que infelizmente se fortalece com a eleição de Trump”, criticou o representante da Anpepp.

Coube ao professor Leogildo Freires o desafio de resumir, em alguns minutos, a trajetória do Curso de Psicologia desde o início até esse momento de anunciar o fortalecimento da pós-graduação, com a aprovação do doutorado. Ele também listou as pessoas que ajudaram a construir essa caminhada, dos terceirizados aos técnicos, passando por estudantes e docentes, incluindo a professora Cristina Azevedo, que colaborou na elaboração do projeto de Curso de Psicologia da Ufal, há mais de 30 anos. “Não há palavras que possam abarcar esse momento”, declarou o diretor.

O reitor Josealdo Tonholo encerrou as falas de mesa de honra, agradecendo às pessoas presentes. Ele destacou o crescimento do curso de Psicologia, que faz parte da expansão da Ufal, sendo oferecido há 18 anos também em Palmeira dos Índios. “Somos aqui a representação da sociedade, com o privilégio de viver em um espaço de diálogo e de produção de conhecimento. Essa é uma instituição que deve manter e defender os preceitos básicos da democracia e da cidadania. Não podemos permitir que as nossas instituições de educação se enfraqueçam”, concluiu o reitor.

Após a fala do reitor, passou-se ao segundo momento da solenidade, com participação da convidada especial da Costa Rica, Dora Patrícia Celis, presidente da Associação Latino-americana para a Formação e o Ensino da Psicologia (Alfepsi). Ela falou sobre a formação e a produção de conhecimento na área, com a ajuda da professora Ângela Soligo, que traduziu a palestra para o português, e do professor Jefferson Bernardes, na mediação do debate.