Ufal avalia assistência estudantil para os estudantes estrangeiros
Atualmente, são 33 estudantes no Programa de Convênio de Graduação (PEC-G)
Na última terça-feira (19), no auditório da Reitoria da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), aconteceu uma reunião de avaliação das políticas de acolhimento aos estudantes estrangeiros na universidade. Além dos estudantes do programa, a maioria africanos, participaram também representantes do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi), da Pró-reitoria de Graduação (Prograd), da Assessoria de Intercâmbio Internacional (ASI), da Pró-reitoria Estudantil (Proest) e da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (Propep).
O encontro foi um momento de escuta importante para que os estudantes pudessem colocar as dificuldades encontradas desde que decidem pela inscrição no programa, em seus países de origem, até quando desembarcam no aeroporto Zumbi dos Palmares. “Vir de um outro país, ficar longe das famílias e dos amigos, enfrentar uma cidade desconhecida para estudar. Toda essa experiência tem muitos aspectos que precisamos organizar para que esses estudantes sejam acolhidos e acompanhados da melhor forma possível”, ressaltou a professora Regla Toujaguez, representante do Neabi.
O PEC-G é um programa administrado pelo Ministério das Relações Exteriores, por meio da Divisão de Temas Educacionais, e pelo Ministério da Educação, em parceria com Instituições de Ensino Superior em todo o país. Há vinte anos, Vagner Bijagó foi estudante da Ufal por meio do convênio. Ele veio da Guiné-Bissau e cursou Ciências Sociais. Depois fez mestrado, doutorado, e foi aprovado em concurso público para professor da Universidade. “O PEC-G foi decisivo para minha trajetória acadêmica e profissional. Precisamos aperfeiçoar e atualizar as orientações do programa”, ponderou o professor.
Para os estudantes que estão há pouco tempo em Maceió, ainda sofrendo as dificuldades da adaptação, foi muito importante ouvir o relato de uma experiência tão promissora quanto a do professor Bijagó. Os alunos e alunas estão divididos em 15 cursos das diferentes áreas do conhecimento. A maioria é da Guiné-Bissau e do Benin, mas também tem estudantes de outros países africanos e da América Latina.
A coordenadora Projetos Internacionais da Assessoria Internacional, Manuela Callou, está sistematizando um programa de acolhimento institucional para os estudantes estrangeiros da Ufal. “Não podemos acolher esses estudantes com base apenas na solidariedade que existe entre os próprios estudantes, que procuram se ajudar. É preciso ter um procedimento estruturado e global para ser encaminhado por um comitê permanente que possa orientar individualmente cada estudante”, explicou Callou.
O acompanhamento psicológico também foi apresentado como proposta porque nem sempre os estudantes estrangeiros conseguem se integrar com facilidade na turma. Outra proposta é realizar atividades voltadas para a aproximação e troca de experiências entre esses alunos que chegam de vários países diferentes. “É importante envolver os estudantes nas propostas de acolhimento. Morar fora do país não é fácil, é preciso oferecer esse amparo”, concluiu Manuela Callou.