Pibid História comemora avanços na participação dos estudantes em projetos
Ações são uma oportunidade para estudantes adiantarem entrada no mercado de trabalho
Desde 2007 o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) tem conquistado grandes frutos junto às universidades de todo o país. São milhares de estudantes que antecipam sua entrada no mercado de trabalho através de estágios junto à Rede Pública de ensino, conquistando experiência e mais conhecimento.
Na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), não é diferente. E um grande exemplo dessas conquistas é o Pibid História, que em final de mais uma edição, contou com elevada participação dos licenciandos. O professor Antônio Alves Bezerra, coordenador de área do subprojeto, comenta que somente nesta última edição, foram 24 estudantes de licenciatura em História com bolsas, quatro estudantes voluntários e três professoras supervisoras de equipes atuando nos subnúcleos de três escolas públicas da capital alagoana.
“Nesse quesito, o subprojeto História atendeu estudantes que já estavam vivenciando o ambiente universitário e outros novos estudantes que acabavam de acessar os bancos da universidade. A cada edição do Pibid/História os desafios se tornam latentes diante das peculiaridades da própria disciplina de história que tende a se refazer a cada dia, pois é uma ciência com movimento em aspiral, quando os sujeitos de edições anteriores não são os mesmos sujeitos nas edições subsequentes, tanto na universidade quanto nas escolas”, diz.
Essas dificuldades não abalam o andamento das atividades. Para ser ter uma ideia, o subprojeto “Formação de Professores de História: patrimônio, memória, leitura, escrita e uso de linguagens diferenciadas na construção do pensamento crítico-histórico”, possibilita a inserção dos graduandos no seu futuro campo de trabalho, antes mesmo dos estágios supervisionados, considerando que o Programa oportuniza o ingresso de estudantes da graduação matriculados entre o primeiro e o quarto períodos do curso.
“A prerrogativa de inserção dos graduandos no seu futuro campo de trabalho, antes mesmo dos estágios supervisionados obrigatórios, oportunizar o ingresso de estudantes de graduação matriculados entre o primeiro e o quarto períodos do curso, configura instrumento interessante do Pibid/História”, afirma o professor.
Portanto, os caminhos teóricos e metodológicos estão ligeiramente em movimento, se refazendo, se ajustando às realidades e demandas do tempo presente a cada edição. Segundo Herika Paes, supervisora de núcleo na escola Maria das Graças de Sá Teixeira, algumas das ações preconizadas no subprojeto história reportaram-se aos estudos dos conceitos de história, focando “o objeto de estudo da História, a sua natureza enquanto ciência; o papel do historiador nos seus fazeres; a compreensão do fato histórico; a noção de sujeitos históricos; tempo e temporalidade; a importância das fontes históricas e linguagens; a reflexão acerca da memória, identidade, cidadania, democracia, tolerância e alteridade”.
A ação didática intitulada “Criança também faz história” ocorreu entre os meses de março a maio de 2023 envolvendo os estudantes do 6ª ano, desdobrando-se numa série de atividades didáticas com foco na compreensão da construção da identidade dos estudantes.
Outra ação importante foi desenvolvida pela equipe de bolsistas da Escola Municipal Jaime Amorim de Miranda, intitulada “Minha História faz História”, cujo objetivo era despertar nos estudantes a percepção do lugar social que ocupam na sociedade, sublinhando o seu lugar na História enquanto sujeitos sociais e históricos. Assim, cada discente trouxe para a exposição coordenada pelo Pibid/História um objeto de elevado valor afetivo para a sua família, quando trouxeram vestimentas de batismo, brinquedos, fotos dos primeiros meses de vida, objetos pessoais, dentre outros pertences de valor afetivo.
Sob a supervisão da professora Gabriela Torres, da escola estadual Campos Teixeira, foram trabalhadas temáticas como: a construção da masculinidade e a violência contra mulher; recortes raciais, de classe, LGBT e os mecanismos institucionais de denúncia; mulheres e o mundo do trabalho, buscou suscitar reflexões e debates no ambiente escolar no sentido de promover o respeito, a inclusão e, acima de tudo, a conscientização dos estudantes e da sociedade pelo fim da violência contra as mulheres e/ou qualquer tipo de segregação.
“Participar do Pibid/História enquanto professor formador configura oportunidade de continuar apreendendo, de construir novos caminhos... O Programa, enfim, traz em seu bojo não apenas a premissa da formação de iniciação à docência em perspectiva inicial e continuada, como promove abertura para diálogos entre a universidade e as escolas”, revela o professor. Para ele, a presença dos bolsistas de iniciação à docência no ambiente escolar e o diálogo com professores e gestores das mais variadas áreas do conhecimento desvelam oportunidades ímpares para que se viva um novo tempo para à docência em constante transformação.
Próximas atividades
O professor Bezerra lembra ainda que o programa se prepara para participar da nova seleção do Pibid/História. “Temos uma particularidade no curso de História Campus Maceió, com relação ao Programa, temos observado que não há desistência e/ou desligamento de bolsistas ao longo dos ciclos do Pibid, além disso, sempre ficamos com uma lista de alunos no cadastro de reservas, pois a maioria dos estudantes demonstram apreço pelo subprojeto e pelas oportunidades que podem ter após a sua inserção no mesmo”, comemora.