Aluno da Faculdade de Direito será agente cultural em programa do Minc

Mobilização social já era uma atividade prática para o estudante Vinícius Rudney, da Faculdade de Direito de Alagoas (FDA) da Ufal. Agora ele foi selecionado para ser um Agente Territorial de Cultura e fazer parte de um programa nacional promovido pelo Ministério da Cultura. O aluno da Ufal vai compor e desenvolver uma série de ações que promovem e incentivam o fazer cultural em municípios de Alagoas.

“O projeto visa mapear, recuperar e difundir as histórias e manifestações culturais das comunidades da região do norte de Alagoas. Além disso, prevê a execução de oficinas de capacitação e promover visibilidade para os atores culturais locais. Por meio dessa visibilidade, espera-se possibilitar a ampliação de oportunidades e geração de renda para esses agentes através do seu fazer cultural”, destacou o estudante.

A chamada pública disponibilizou 601 vagas para o Brasil, das quais 175 ficaram distribuídas para os nove estados do Nordeste. O instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) é o articulador da região, responsável pela seleção e formação continuada dos agentes.

Vinícius vai dedicar 20 horas semanais para o projeto, que incluem formação, planejamento e orientação, articulação e mobilização, e organização dos materiais. Os selecionados recebem uma bolsa mensal de R$ 1,2 mil, além de alguns auxílios de inclusão digital.

A partir do mês de outubro ele começa o trabalho no programa que propõe como fundamentos metodológicos a educação popular e a participação social por meio de quatro ações pedagógicas centrais: os Círculos de Cultura, a Territorialização da Política Cultural, a Cartografia e a Comunicação Comunitária. Formação e ações serão desenvolvidas por um ano, e devem finalizar na primeira quinzena de novembro de 2025, conforme cronograma do Ministério da Cultura.

Missão por vocação

O estudante da FDA passou por quatro etapas do processo de seleção e atribui o resultado ao seu compromisso com ações que já fazem parte da sua área de atuação. Ele está envolvido com o setor cultural desde 2017 e no viés socioambiental desde os nove anos de idade, participando de projetos na Área de Proteção Ambiental da Costa dos Corais.

Vinícius já coordenou o projeto Jovens Protagonistas da Costa dos Corais, financiado pelo ICMBIO, SOS Mata Atlântica e Fundação Toyota do Brasil, e aos 16 anos foi convidado para escrever sobre protagonismo juvenil para a revista nacional do ICMBIO. No mesmo ano representou Alagoas na Olimpíada Nacional de Língua Portuguesa, onde destacou conflitos sociais e ambientais existentes que prejudicavam os direitos dos pescadores da comunidade onde viveu.

“Envolvido com as questões sociais e com a cultura com a qual cresci, promovo, por meio da cultura, o alcance de justiça social para os povos ribeirinhos no litoral norte de Alagoas”, reforçou, considerando isso como essencial para sua aprovação no edital nacional.

No ano passado o aluno também venceu dois prêmios estaduais, reforçando um dos critérios para a seleção do programa do Ministério da Cultura, que é ter reconhecida atuação na área cultural em seu território. Vinícius conquistou o primeiro lugar no Prêmio Literário Ladislau Netto com o projeto Manguaba, que auxilia jovens e crianças ribeirinhas a terem acesso à educação e consciência da própria identidade cultural. Sua trajetória profissional em salvaguardar manifestações culturais, costumes e tradições do litoral norte do Estado ainda lhe rendeu o Prêmio Expressões Culturais.

“A jornada na Ufal, enquanto estudante de Direito, me possibilitou ampliar minha visão técnica sobre a garantia de direitos e aplicar de forma mais efetiva ações que visem a educação, cultura, meio ambiente e direitos humanos na formação de outras pessoas que podem vir a ser multiplicadores de ações em prol da garantia de direitos básicos previstos na Constituição e que, muitas vezes, são direitos ignorados pela gestão pública”, comentou Vinícius, orgulhoso do caminho que está trilhando dentro e fora da academia.