Estudante de Dança apresenta o “dançar Gustavo Leite” em evento no RN
Apresentação artística também contribuiu para a divulgação de Gustavo Leite junto a pesquisadores de outras partes do Brasil
O curso de Dança da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), foi representado no 5º Seminário Internacional Corpo e processos de criação nas artes da cena: Saberes da África, pelo estudante do 8º período, Jerônimo Silva. O evento, sediado na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em Natal, reuniu pesquisadores das Artes do Corpo, do Teatro, da Dança, da Performance, da Música e de áreas correlatas para discutir os saberes provenientes da cultura africana e compreender como esses saberes afetam a produção científica brasileira da área de Artes, especialmente da região nordeste.
Jerônimo, que se apresentou nas comunicações orais dentro do GT Corpo e Ancestralidade, explica que sua pesquisa intitulada “Nós e amarrações: o saber ancestral em dançar Gustavo Leite” fala sobre a performance Mercado das Águas, desenvolvida por ele e a colega de turma Vitória Safi Lima, dentro da disciplina Fundamentos da Cenografia orientada pelo professor Anderson Diego Almeida.
“A pesquisa retrata uma corporeidade dúbia entre o clássico e o popular, mas com a ênfase nos movimentos afro-ancestrais na construção do figurino, que feito pelos dançarinos. Dentro disso, desenvolvemos uma narrativa que fazendo o figurino, estávamos refazendo movimentos e tomando referências afro diaspóricas”, afirma.
Ele conta que o a pesquisa surgiu como um desafio dado pelo professor Diego. “Ele propôs que a turma pesquisasse cenógrafos brasileiros, e no sorteio fiquei com Gustavo Leite [produtor cultural, iluminador e cenógrafo alagoano]. A partir daí a pesquisa está em andamento dentro do projeto de extensão Notas para um cenógrafo: Gustavo Leite e a Arte Alagoana”, lembra.
Para o estudante, a obra de Gustavo Leite está totalmente ligada a dança. “Gustavo Leite trabalhou muitos anos como parceiro do Ballet Íris de Alagoas, e em suas obras ele relacionava o pensamento sobre a estética visual e o corpo”, diz. A apresentação do trabalho também contribuiu para a divulgação de Gustavo Leite junto a pesquisadores de outras partes do Brasil. “Ninguém sabia sobre ele. Apresentar artistas da terra alagoana é maravilhoso, pois conseguimos colocar Alagoas no mapa das artes brasileira”, completa.