Cerimônia de abertura do Caic e Cait aborda êxito acadêmico e saúde mental

Evento destaca os 35 anos do Pibic e 18 do Pibiti, ressaltando o autocuidado no fazer científico

Por Ryan Charles - estudante de Jornalismo Fotos: Renner Boldrino
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Um dia para celebrar os pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal)! Foi assim a abertura do 35º Congresso Acadêmico de Iniciação Científica (Caic/Pibic) e do 18º Congresso Acadêmico de Iniciação Tecnológica (Cait/Pibiti), que aconteceu na última quarta-feira (29) no Campus A.C. Simões, e que trouxe à discussão o tema “O equilíbrio invisível: saúde mental e o bem-estar na jornada acadêmica”.

Os congressos são organizados pelas comissões internas das unidades acadêmicas, com apoio da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propep), e reúnem estudantes para apresentar os resultados finais de suas pesquisas, dando visibilidade ao trabalho desenvolvido ao longo do último ano.

As apresentações do Cait aconteceram também na quarta (29), enquanto as do Caic serão realizadas na quinta (30) e sexta-feira (31) e seguem até 12h da segunda-feira (3) em todos os campi de forma presencial e remota.

Participaram da solenidade de abertura a pró-reitora de Pesquisa, Iraildes Pereira Assunção; a reitora honorária da Ufal, Delza Lima; e a coordenadora de pesquisa/Propep e coordenadora geral do evento, Magna Suzana Moreira. Também estiveram presentes a coordenadora de Inovação e Empreendedorismo da Propep, Sílvia Uchoa; o coordenador de pós-graduação da Propep, Walter Matias; a representante do comitê assessor da Propep, Marília Alves Cruz; e a discente do Pibic, Edlane Nadine.

A educação que transforma

A pró-reitora Iraildes Pereira comemorou o sucesso dos programas de iniciação científica e tecnológica na Ufal e reforçou a importância dessas iniciativas como o primeiro passo de uma trajetória acadêmica de sucesso. “O programa de iniciação científica e de iniciação tecnológica faz toda a diferença na vida dos alunos que têm a oportunidade de participar, tanto como estudantes quanto como seres humanos. Os aprendizados dessa experiência se refletem por toda a vida. É nesse momento que o aluno compreende que a ciência e a estrutura do conhecimento são, na verdade, frutos de um compromisso coletivo de construção”, destacou a gestora.

Representando os estudantes que fizeram parte dos projetos, Edlane Mirna contou como participar do Pibic foi essencial para sua formação: “Foi muito significativo para mim, porque, por meio da Iniciação Científica, eu pude questionar, errar, acertar e aprender com os erros. Foi nesse processo que eu descobri algo essencial: o valor do aprendizado contínuo. Ter a oportunidade de desenvolver uma pesquisa de verdade, estruturada, com método, etapas e objetivos, foi uma experiência transformadora”, afirmou a estudante.

Para a coordenadora do evento, Magna Suzana, comemorar os 35 anos do Pibic e os 18 do Pibiti é reconhecer o legado dos quase 1.500 pesquisadores ativos que dedicam suas vidas à ciência e à educação. “Os resultados que alcançamos, seja para o bem social, científico ou institucional, têm um preço e esse preço, muitas vezes, é o sacrifício pessoal. Esses programas não se restringem a um evento, funcionam 365 dias por ano. Quando terminamos uma etapa, já começamos a próxima: logo após a premiação, vem a elaboração do novo edital. É um ciclo contínuo de trabalho e de aprendizado, e isso faz toda a diferença na nossa universidade”, ressaltou a coordenadora.

Saúde mental e ciência

Durante a trajetória acadêmica, muitas vezes o cuidado com a saúde mental é deixado de lado, e tanto estudantes quanto professores acabam negligenciando o autocuidado. Foi pensando nisso que a coordenadora geral do evento, Magna Suzana, definiu o tema desta edição. “Vivemos em um momento de tantas exigências que acabamos nos cobrando demais e, muitas vezes, adoecendo. As pessoas, para estarem bem e produzirem bem, para fazerem pesquisa e inovação, precisam estar bem física e emocionalmente. Do contrário, todo o sistema acaba se tornando um caos”, refletiu.

A reitora honorária Delza Gitaí, que atualmente dedica-se ao trabalho voluntário no Centro de Valorização da Vida (CVV) Maceió, ministrou a palestra “Valorização da vida na jornada acadêmica”, abordando a prevenção ao sofrimento psíquico e o bem-estar no ambiente universitário. “A saúde mental e o bem-estar na jornada acadêmica se assentam, justamente, na valorização da vida e, em consequência, na prevenção de fatores de risco ao sofrimento psíquico. Se estamos aqui para discutir essa temática e conseguimos enxergar sua importância, é porque, antes de nós, muita gente foi pioneira e tratou da saúde mental no ambiente acadêmico”, destacou ela.

Ao encerrar, ela ainda reforçou que valorizar a vida de quem está no ambiente acadêmico é o lastro para que a ciência nunca pare. “A valorização da vida é um alicerce sobre o qual se constrói o ser e o estar no presente, com o olhar e as ações voltadas para a construção do futuro”, concluiu.