Estudantes de Medicina conquistam primeiro lugar em evento de cardiologia

Equipe apresentou um estudo comparativo entre técnicas utilizadas para tratar emergência cardiovascular

Por Ascom Ufal
Equipe apresentou um estudo comparativo entre técnicas utilizadas para tratar emergência cardiovascular
Equipe apresentou um estudo comparativo entre técnicas utilizadas para tratar emergência cardiovascular

A qualidade da pesquisa acadêmica realizada por estudantes do curso de Medicina na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) foi reconhecida durante o 16º Congresso Alagoano de Cardiologia e o 35º Congresso Norte-Nordeste de Cirurgia Cardiovascular. A equipe, formada por estudantes do 5º período, conquistou o primeiro lugar na categoria Cirurgia Cardiovascular com um trabalho sobre a técnica Frozen Elephant Trunk (FET). O evento científico foi realizado em Maceió, no Hotel Ritz Lagoa da Anta, no período de 30 de outubro a 1º de novembro.

O grupo apresentou uma revisão sistemática e meta-análise comparativa entre a técnica FET e a cirurgia aberta convencional (CAC) no tratamento da dissecção aguda de aorta tipo A de Stanford (DAA tipo A), uma das emergências cardiovasculares mais graves. O trabalho - de autoria de Celiane Silva, Anna Menezes, Laryssa Silva, Letícia Cavalcante, Maria Santos, Natália Uchoa, Tamara Borges, Thalita Targino e Victor Santos - destacou os benefícios perioperatórios (antes, durante e depois da operação) da FET, como menor tempo de circulação extracorpórea, ventilação mecânica e internação hospitalar, mantendo segurança semelhante ao método tradicional.

“A FET, ao reduzir a agressividade hemodinâmica e favorecer o remodelamento distal, otimiza a recuperação sem aumento da mortalidade perioperatória. Para a saúde pública, o impacto seria um menor tempo de internação e reoperação, além da menor necessidade de transfusão sanguínea e uso de ventilação mecânica. Com isso, uma mais rápida recuperação do paciente para melhoria da qualidade de vida”, explica Kátia Floripes, estudante do 5º período de Medicina, que já é doutora em Enfermagem, e foi a orientadora do trabalho.

Kátia relata que a cirurgia aberta convencional segue como padrão terapêutico no tratamento da dissecção aguda de aorta tipo A de Stanford, segundo diretrizes internacionais. “No SUS [Sistema Único de Saúde], também predomina a cirurgia aberta convencional. Entretanto, sua complexidade e os riscos associados estimularam a adoção da técnica FET, abordagem híbrida que visa otimizar o remodelamento distal, reduzir reoperações e impactar na sobrevida”, detalha.

A equipe comemorou o reconhecimento e afirma que o projeto reforça o protagonismo dos estudantes da Ufal na produção científica e na inserção precoce em temas de alta complexidade na cirurgia cardiovascular.