Apresentações marcam a conclusão da 1ª turma da especialização em Artes
As apresentações estão acontecendo no hall da Reitoria
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O Curso de Artes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) está realizando, nesta semana, as apresentações de defesa dos trabalhos finais da primeira turma concluinte da especialização em Artes e Sociedade. O evento, realizado no pátio da Reitoria, representa um marco para o curso, que surge como resposta à crescente demanda por formação acadêmica na área.
A semana foi aberta com a apresentação de Maciel Ferreira de Lima, um dos alunos da especialização, que defendeu a pesquisa intitulada “A boca que abençoa é a mesma que amaldiçoa: malditas narrativas de pombagiras e as relações afetivas com médiuns homossexuais no contexto maceioense”. Segundo Maciel, o trabalho tem grande significado pessoal e acadêmico, abordando sua vivência nos terreiros de candomblé e a relação entre espiritualidade e identidade LGBTQIA+. “Ser aprovado com excelência mostra a importância da minha pesquisa e da minha existência enquanto pesquisador, macumbeiro e bicha preta”, destacou.
O professor Anderson Diego Almeida, orientador de Maciel, enfatizou a relevância da pesquisa e a trajetória acadêmica do aluno. “Ele construiu uma escrita brilhante, e a banca destacou o nível de excelência do trabalho. Além disso, Maciel cumpre o papel essencial de dialogar com a sociedade, trazendo para a universidade discussões sobre ancestralidade e espiritualidade”, afirmou o professor.
A especialização em Artes e Sociedade é um projeto interdisciplinar que envolve os cursos de Teatro, Dança e a Escola Técnica de Artes (ETA), com apoio de professores de diversas áreas, inclusive de fora do estado. Segundo Almeida, a especialização nasceu como um ensaio para a criação de um futuro mestrado na área, visando atender a demanda de professores, principalmente da rede pública.
Além das defesas de monografia, a semana conta com palestras, oficinas e discussões sobre a importância da arte como campo de pensamento dentro da universidade. A escolha do pátio da Reitoria como local das apresentações tem um caráter político, conforme explicou Almeida. “Estamos vivendo um momento difícil, com o fechamento do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes (Ichca) e decidimos ocupar esse espaço para mostrar que a arte não é apenas prática, mas também reflexão crítica e científica.”
As atividades seguem até sexta-feira (7) e são abertas ao público. O professor reforça o convite para que toda a comunidade acadêmica compareça e acompanhe, durante as tardes e noites desta semana, as defesas dos trabalhos e demais atividades, fortalecendo o reconhecimento da produção científica no campo das Artes dentro da Ufal. “Estamos trazendo discussões fundamentais para a universidade e para a sociedade. As apresentações são abertas ao público, e contamos com a participação de todos para valorizar esse espaço de pesquisa e criação”, destacou Almeida.