Ufal realiza imersão científica só com mulheres por meio de programa nacional
Selecionadas nacionalmente pelo Programa Futuras Cientistas participaram de duas semanas de imersão científica presencial em laboratório no Campus A.C. Simões
- Atualizado em 12/02/2025 17h09

A Universidade Federal de Alagoas participou de mais uma edição do Programa Futuras Cientistas. Desta vez, são seis mulheres e meninas participando de diversas atividades de pesquisa. Elas foram selecionadas, após concorrerem em âmbito nacional, e participam do projeto do Grupo de Catálise e Reatividade Química (GCAR), do Instituto de Química e Biotecnologia (IQB), que também foi aprovado pelo Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene).
Com esse programa pretende-se despertar o interesse vocacional de meninas pela carreira científico-tecnológica, promovendo a participação delas em um trabalho na área de Química. Foram três alunas do 2° ano do ensino médio contempladas e duas professoras da rede pública de Alagoas.
“O Programa visa à inclusão de mulheres nessa área que precisa muito do olhar feminino, da resolução feminina de certos problemas e, junto com o público masculino, resolver os desafios cada vez maiores da nossa sociedade. As professoras vão garantir essa semente plantada, e que ela germine, floresça para a continuidade do programa, da visão, do pensamento de inclusão de mulheres nessas áreas mais duras da ciência”, destacou a professora Simoni Meneghetti, integrante do GCAR.
Durante o mês de janeiro as selecionadas estiveram na imersão nos laboratórios, trabalhando no projeto intitulado Mundo da Oleoquímica: do laboratório ao dia a dia. “É um projeto incrível porque ensina bastante e pode dar um futuro. Eu tenho interesse em farmácia e saber que eu já estou trabalhando em um laboratório com várias profissionais incríveis, me incentiva bastante”, comentou a estudante Maria Eduarda.
Quem também ficou entusiasmada com a ideia de ser futura cristista foi a aluna Klévia, do Colégio Floriano Peixoto, que esse ano deve escolher qual profissão vai seguir. “Eu sei que [a experiência] vai me ajudar bastante com meus estudos. Pude ter acesso aos materiais, aos instrumentos, laboratórios... Acho que isso aumentou um pouco a minha vontade de estudar a área de química ou física”, disse.
Após o período de práticas, o pesquisador-orientador envia um relatório de avaliação do projeto de pesquisa desenvolvido pelas estudantes e professoras. Na seleção realizada pela coordenação geral do Programa, em âmbito nacional, foram ofertadas vagas para ampla concorrência; mulheres pretas, pardas, indígenas (PPIs) e quilombolas; trans e travestis; e candidatas PCD.
A equipe do GCAR é composta pelos professores Janaína Heberle Bortoluzzi, coordenadora do projeto nessa edição; Mario Roberto Meneghetti, Simoni Margareti Plentz Meneghetti e Andréa Pires Fernandes. Além dos professores do grupo, uma equipe de monitores, composta por alunos de graduação e pós-graduação do GCAR, participaram ativamente de todas as atividades.
O Programa
Criado pelo Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene) e coordenado pela professora Giovanna Machado, o programa iniciou nos estados de Pernambuco, Paraíba e Sergipe, foi vencedor do Prêmio LED – Luz na Educação e, na edição de 2025, contemplou todos os Estados e o Distrito Federal.
Foram 90 projetos inscritos em todo o Brasil com a oferta de 470 vagas. As estudantes recebem uma bolsa auxílio no valor de R$ 600,00 e um kit de insumos básicos para desenvolver as atividades científicas nos laboratórios. De acordo com os organizadores da iniciativa, em dez anos de existência, cerca de 70% das participantes foram aprovadas no vestibular e 80% escolheram cursos nas áreas de ciências e tecnologia.