Neabi promove evento para celebrar as mulheres e a luta contra a discriminação racial

Encontro acontece na sexta-feira (28) e também vai sair em defesa das tradições de matrizes africanas

Por Ascom Neabi

A Reitoria da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) será palco de um encontro especial na última sexta-feira deste mês (28), promovido pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileirismos e Indígenas (Neabi). Lá estarão reunidas mulheres de Casas de Axé para celebrar a resistência e o protagonismo feminino nas religiões de matriz africana. Entre as convidadas, destacam-se Mãe Mirian, a mais velha Ialorixá do estado, e Mãe Neide, reconhecida como patrimônio vivo de Alagoas.

O evento, intitulado Mulheres de Axé: Território, Identidade e Resistência nos Terreiros, é uma homenagem ao Dia Internacional da Mulher, celebrado no último 8 de março, ao Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial e ao Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, ambos instituídos no dia 21 de março. Mais do que uma celebração, a iniciativa representa um ato político-cultural, de resistência física e espiritual, de liberdade religiosa e de fortalecimento da democracia.

De acordo com a vice-coordenadora do Neabi, Rosa Correia, a Ufal não é apenas um espaço de produção de conhecimento acadêmico, mas também um território de diálogo entre as ciências formais e os saberes tradicionais e populares. “É um lugar de encontro, escuta e valorização das heranças culturais deixadas por gerações anteriores, em especial por mulheres que, com força e sensibilidade, pavimentaram os caminhos trilhados hoje”, completou.

A força do Axé

O evento é uma realização do grupo de estudos Territorialidades e Identidades do Neabi da Ufal, coordenado pelas professoras Rosa Correia, do curso de Relações Públicas, e Rosiane Martins, de Ciências Sociais. Além disso, o encontro integra a programação de pré-eventos do 2° Pretas nas Ciências, promovido por mulheres da rede de Neabs, Neabis e grupos correlatos do estado.

A programação tem início na tarde do dia 28 de março, com um acolhimento especial aos participantes, seguido da roda de conversa As Donas do Axé: o poder das mulheres nas religiões de matriz africana. Este momento reunirá integrantes de diversos terreiros ou Ilês alagoanos para compartilhar experiências, histórias e a relevância da presença feminina nessas comunidades espirituais.

No início da noite, será exibido e debatido o documentário Cartas à Tia Marcelina, dirigido por João Macena, aluno da Ufal. O filme, além de ser um projeto acadêmico do curso de Dança, é uma homenagem à memória de Tia Marcelina, uma mãe de santo negra, cuja história, luta e legado permanecem vivos nos terreiros de Alagoas, apesar da violência que marcou sua morte em 1912.

Para encerrar a celebração com muita energia e ancestralidade, o evento contará com apresentações de Mateus Aleluia Filho, do grupo Samba de Roda K’ Posú Betá, e da cantora Isabela Barbosa. A música e a dança reforçarão a potência da cultura afro-brasileira, conectando o público à herança negra e ao espírito de Axé.

O link para inscrição no evento está disponível na bio do Instagram @eti.neabiufal.

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