Egresso é aprovado em dois programas de mestrado no Canadá e na Suíça

Wydem Lucas dos Santos é graduado em Engenharia Civil e, em setembro, começará a pós-graduação na University of British Columbia

Por Diana Monteiro - jornalista
- Atualizado em 23/04/2025 17h05
Wydem Lucas comemora sua conquista e aguarda o momento de ir para o Canadá
Wydem Lucas comemora sua conquista e aguarda o momento de ir para o Canadá

Graduação concluída, um sonho realizado e que também proporcionou outra grande conquista na continuidade de formação de Wydem Lucas Elias dos Santos: fazer pós-graduação no exterior. E se a reviravolta em sua vida começou a partir do ingresso como aluno do curso de Engenharia Civil, no Centro de Tecnologia (Ctec), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), sem dúvida, a educação esteve em toda sua trajetória para chegar onde chegou. Wydem foi aprovado em dois programas de mestrado, e a partir do dia 1º de setembro começará a estudar na University of British Columbia, no Canadá. A outra instituição onde obteve aprovação foi na Swiss Federal Institute of Technology Zurich (ETH Zurich), na Suíça.

“Acredito que o sonho de estudar fora é algo que muitas pessoas cultivam. E comigo não foi diferente. Desde que entrei na graduação, sempre vi essa possibilidade como uma grande oportunidade de expandir meus conhecimentos, tendo contato com novas experiências e aprendendo em um país com grande expertise na área que escolhi estudar”, comemorou Wydem, futuro mestre na área de Engenharia Estrutural, com foco específico em engenharia sísmica.

Ele conta que o sonho começou a ganhar mais força ainda no primeiro período da graduação, durante uma aula da disciplina de Introdução à Engenharia. “Na ocasião, a professora Karoline Moraes apresentou à turma a trajetória de um ex-aluno do Ctec que havia ido para a Bélgica fazer doutorado. Naquele momento, percebi que estudar fora era, de fato possível, e foi aí que decidi investir de verdade nesse sonho”, enfatizou Wydem.

O alagoano adianta que terá como orientador o renomado professor Terje Haukaas. O curso tem duração média de dois anos, mas pode ser estendido por mais dois, dependendo da pesquisa. “Por se tratar de um Master of Applied Science (Masc), o programa é o que eles chamam de research-based, ou seja, com foco em pesquisa. Isso significa que, ao longo do curso, vou desenvolver um projeto de pesquisa em colaboração com meu orientador, de forma bastante semelhante ao modelo de mestrado que conhecemos aqui no Brasil”, explicou.

Wydem concluiu a graduação na Ufal em dezembro de 2024 e seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) foi sobre Análise Linear de Estruturas Planas Aporticadas Submetidas a Carregamentos Dinâmicos. Com orientação do professor Eduardo Nobre Lages, o trabalho teve como foco o desenvolvimento de um programa, escrito em Python, para a realização de análises estruturais lineares e dinâmicas. “Além do desenvolvimento do código em si, o programa foi utilizado para a realização de análises sísmicas, por meio do uso de históricos de movimento do solo, e também para análises de vento em estruturas, utilizando o método do vento sintético”, enfatizou.

A escolha da universidade para continuidade da formação, ele considera que é, sem dúvida, um dos passos mais importantes para quem decide estudar fora. Em sua experiência, disse que começou a pesquisar instituições ao redor do mundo em dezembro de 2022 e, naquela ocasião, teve a ETH Zurich, na Suíça, como sua primeira opção. “Descobri que era uma das melhores universidades do mundo, além de ter sido onde Albert Einstein estudou e deu aula, o que, por si só, já chamou bastante minha atenção. A Suíça também sempre foi um país que tive vontade de conhecer e, mais importante ainda, a ETH possui grande expertise em Engenharia Estrutural, área pela qual eu já demonstrava interesse”.

Já em 2024, Wydem disse que o seu interesse evoluiu especificamente para a área de análises sísmicas, algo que surgiu durante o desenvolvimento do seu TCC. Foi nesse mesmo período que ele entrou para o programa de mentoria da Brasa, uma associação de estudantes brasileiros no exterior que auxilia quem deseja se candidatar para universidades fora do país.

“Buscando ampliar minhas chances de aceitação, passei a considerar aplicar também para outras universidades com forte atuação em engenharia sísmica, área que busca tornar as estruturas mais resilientes aos efeitos dos sismos. Foi então que, por meio da Associação Brasa, conheci a University of British Colúmbia, no Canadá, outra universidade de grande renome internacional”.

Acrescenta que, logo na página do programa de mestrado em Engenharia Civil, encontrou um vídeo destacando a expertise da UBC nesse tema. “A partir dali, meu interesse só cresceu. Ao pesquisar os possíveis orientadores, o trabalho do professor Terje Haukaas se destacou de imediato, por estar muito alinhado ao que eu já vinha desenvolvendo no meu TCC: programas para análise estrutural e no caso dele com foco em análises sísmicas, tema que desejo aprofundar”.

Vivência e futuro

Nascido no município alagoano de Boca da Mata, a 76 quilômetros da capital, onde ainda reside, Wydem fez a graduação e o ensino médio em Maceió, concomitante com o curso de Edificações no Instituto Federal de Alagoas (Ifal). Decidido a seguir na área e fazer Engenharia Civil e com o sonho em estudar fora do Brasil, Wydem disse que, inicialmente, foi despertado quando ainda era aluno no Ifal.

Sobre o que a grande conquista representa em sua vida uma importante vivência e experiência alinhadas a mais um salto em seu processo de formação –, ele deixa, como estímulo, um lembrete: “Vale a pena sonhar. Acredito que todos nós podemos alcançar nossos objetivos, cada um no seu tempo, com seu próprio caminho. Não vai ser fácil, mas tentar é o primeiro e mais importante passo. E, às vezes, tentar é justamente o que faz tudo dar certo”. Ele disse ter plena consciência sobre os possíveis desafios que se postarão em sua nova jornada, mas que tem muita disposição para enfrentá-los.

Falar do futuro para a continuidade de sua formação, a exemplo do doutorado, Wydem dos Santos disse que, a princípio, deseja ficar na UBC, mas que não terá nenhuma resistência se for necessário mudar de país. “Quem sabe eu decida tentar o doutorado na ETH, na Suíça, por exemplo. O que posso garantir é que, ao longo do mestrado, vou construir esse plano com mais clareza, considerando tudo o que aprender e as oportunidades que surgirem pelo caminho”, afirmou com convicção.

De olho no futuro profissional para abraçar carreira acadêmica, ele aproveita para destacar que essa é uma das grandes mudanças ocorridas durante a sua graduação. “Eu pensava em ser um gestor de obras. Adorava as histórias que meus professores do Ifal contavam sobre os problemas que surgiam nas obras e eles precisavam ser criativos e engenhosos para resolver. Mas, com o tempo, a paixão pela academia falou mais alto. Fui monitor em várias disciplinas durante a graduação e, aos poucos, o desejo de ser professor foi crescendo, junto com meu interesse pela pesquisa. Hoje, meu sonho de carreira é seguir na área acadêmica, como professor e pesquisador, contribuindo para o avanço do conhecimento.

Agradecimento

Em sua exitosa caminhada de formação, Wydem diz que tem muito a agradecer às pessoas que, de alguma forma, ajudaram-no ao longo de sua jornada acadêmica. E se reporta a elas: “Em 2023, entrei em contato com um ex-aluno do Ctec, João Gabriel da Costa de Souza Duarte, também natural de Boca da Mata, que havia sido aprovado em um doutorado nos Estados Unidos. Foi por meio dele que conheci a Brasa, associação que, por meio do programa de mentoria, teve um papel fundamental na minha preparação para aplicar para universidades no exterior. O João também me contou sobre a importância do professor João Carlos Cordeiro Barbirato em sua trajetória, e, inspirado por isso, entrei em contato com o professor, que prontamente se dispôs a me orientar e me apoiar durante toda a organização e preparo para o processo de aplicação”.

Outro grande mentor durante a graduação, ele disse ter sido o professor Eduardo Nobre Lages. Além de orientador do TCC, teve um papel fundamental em seu desenvolvimento acadêmico. “Tanto ele quanto o professor Barbirato, também o professor Eduardo Toledo, participaram diretamente do meu processo de aplicação, sendo os responsáveis por escrever as cartas de recomendação que acompanharam minha candidatura. Também não posso deixar de mencionar o professor Roberto Barbosa, que me acompanhou desde o primeiro período e foi quem me deu a primeira oportunidade de pesquisa. Além disso, foi uma presença constante e valiosa na minha formação ao longo do curso”, declarou Wydem.

E aproveita para complementar os agradecimentos: “Esses foram os que estiveram mais próximos e atuaram diretamente na minha trajetória, mas reconheço a importância de muitos outros professores com quem tive o prazer de aprender. Todos eles contribuíram, significativamente, para a minha formação e tenho muito carinho e admiração por cada um. Seria até difícil listar todos aqui, com certeza daria uma longa lista”.



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