Neabi realiza evento celebrativo ao Dia da África e faz homenagens
Evento homenageou professor da Ufal, Vagner Bijagó, natural de Guiné-Bissau
- Atualizado em 15/05/2025 21h20

O Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) da Ufal realizou, na última sexta (9), no auditório da Reitoria, o evento Áfricas Plurais: Identidade, Cultura e Territorialidade. A ação celebrou o Dia da África, instituído em 25 de maio de 1972 pela Organização das Nações Unidas (ONU), que representa uma homenagem à luta dos povos africanos contra a colonização europeia, em busca de liberdade e união.
Chico de Assis, poeta e ator alagoano, e Silvino Pereira, oriundo de Guiné-Bissau e recém-formado em Letras, recitaram poemas brasileiros e africanos na abertura do evento. Na sequência, foi realizada a mesa-redonda África: um continente que habita o mundo, composta por professores e alunos africanos, mediada professora aposentada da Ufal, Ângela Brito, ex-diretora do Neabi e ativista do Movimento Negro.
O momento alto do evento foi a carinhosa e merecida homenagem ao professor Vagner Bijagó. Natural de Guiné-Bissau, Bijagó é graduado em Ciências Sociais pela Ufal e mestre pela mesma instituição. Desde 2012, ele é professor da universidade, atua como coordenador do Neabi no Campus do Sertão e, junto com professor Flávio Moraes, vem realizando pesquisas nas comunidades quilombolas e indígenas daquela região.
A homenagem contou com a presença de amigos de Bijagó, dos professores Amaro Leite e Magno Silva, do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), da ex-orientadora de graduação, professora Rachel Rocha, do reitor Josealdo Tonholo, do pró-reitor de Extensão (Proex), Cézar Candeias, do assessor de Intercâmbio Internacional (ASI), José Niraldo de Farias, da vice-coordenadora do Neabi, professora Rosa Correia, de alunos de diversos países africanos, de colegas e bolsistas do Neabi dos quatro campi, além de diversas pessoas que acompanham e colaboram com as atividades do Núcleo no estado.
Todos relembraram a trajetória do docente em Alagoas e sua atuação no campo das relações Brasil-África. O homenageado, além do abraço fraterno dos presentes, recebeu um quadro de Amílcar Cabral - intelectual e revolucionário de Guiné-Bissau que influenciou bastante os escritos marxistas no Brasil, especialmente, Paulo Freire. A obra foi pintada pela aluna do curso de Design e bolsista do Neabi, Erielly Santos.
A última mesa do evento, Trajetórias Africanas de Cultura, Arte e Saber, foi formada por alunos e ex-alunos africanos de graduação e pós-graduação da Ufal. A discussão, mediada pela coordenadora do Neabi do Ifal, professora Fátima Viana, tratou de questões políticas e culturais dos países Moçambique, Guiné-Bissau e Benin.
A relevância deste tipo de encontro, que colocam estudantes estrangeiros e nativos no mesmo espaço para se ouvirem e celebrarem suas diferenças, culturas e territórios, demonstra o quanto a universidade é plural e democrática, tendo papel primordial na luta contra o colonialismo, como bem falou Leonid Moisés, doutorando no Campus de Engenharias e Ciências Agrárias (Ceca) da Ufal. O evento foi encerrado ao som do afoxé Igbalé.
O evento Áfricas Plurais foi uma ação de extensão curricular de discentes do 4º período do curso de Relações Públicas e teve o apoio dos estudantes africanos da universidade, ligados ao convênio PEC-G [Programa de Estudantes - Convênio de Graduação], iniciativa de cooperação internacional na área da educação superior e que oferece a estudantes estrangeiros a oportunidade de estudar em universidades brasileiras de forma gratuita.