Campus Arapiraca realiza aula inaugural da Residência Agrária em Agroecologia

Com metodologia participativa, estudantes vão desenvolver projetos em assentamentos e aldeias

Por Ryan Charles - estudante de Jornalismo
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O Campus Arapiraca da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) realiza, na sexta-feira (12), às 9h30, a aula inaugural da Residência Agrária em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial Sustentável na Agricultura Familiar, curso de especialização lato sensu voltado à formação de profissionais que atuam em áreas de reforma agrária e agricultura familiar. O evento será no auditório do campus.

A cerimônia contará com a presença da pesquisadora Fernanda Amorim Souza, da Embrapa Tabuleiros Costeiros e da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), que ministrará a primeira aula. Também haverá mesa de abertura com autoridades, parceiros institucionais e representantes dos movimentos sociais.

Essa é a segunda edição da Residência Agrária, fruto da parceria entre a Ufal, o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O curso tem como linha de atuação a agroecologia e o desenvolvimento territorial, com foco em práticas sustentáveis e soluções para o campo.

O coordenador-geral da Residência Agrária, professor Cicero Adriano, acredita que a agroecologia é o alicerce para o desenvolvimento territorial sustentável. “Ao longo dos próximos dois anos, estudaremos de forma teórica e prática, com a contribuição de professores e profissionais experientes da área. Teremos residentes de todos os territórios de Alagoas e também de outros estados do Nordeste, o que possibilitará um amplo intercâmbio de experiências, saberes e debates enriquecedores”, contou.

Conheça a Residência

A vice-coordenadora da Residência, Sandra Lira, conta que o curso tem caráter multidisciplinar e pretende formar profissionais preparados para imergir nas vivências do campo. “Temos estudantes das ciências agrárias, ciências sociais, serviço social, nutrição e professores que atuam no campo. Isso porque as equipes que trabalham com agricultura familiar precisam ter diferentes olhares e competências. Para além disso, fizemos a seleção priorizando egressos do Pronera, pessoas ligadas à reforma agrária, filhos de assentados e também indígenas”, disse.

Entre as atividades dos estudantes está a criação de projetos em comunidades, sendo aldeias ou assentamentos, que serão replicados no curso. “Esse projeto pode ser em diversas áreas: produção, comercialização, organização da juventude, assistência técnica e extensão rural”, contou a vice-coordenadora.

A docente explicou, ainda, que o projeto vai muito além de uma formação acadêmica. “Por exemplo, o trabalho de conclusão não será apenas um texto acadêmico, mas sim o produto construído com a comunidade ao longo dos dois anos de curso. A ideia é formar técnicos capazes de unir conhecimento técnico e compromisso social, sabendo ouvir e respeitar a comunidade. É a academia de mãos dadas com a comunidade, construindo ciência voltada para o povo, e não para o lucro”, finalizou.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável