Nova gestão pretende dar continuidade as ações do Museu Théo Brandão
Com a saída de Leda Almeida da Diretoria do Museu Théo Brandão (MTB) em agosto de 2010 para cursar o Pós-doutorado em Portugal, Lysia Cabral foi a responsável pela adiministração do Museu até a indicação de um novo diretor pela Reitora Ana Dayse Dorea.No dia 22 de dezembro o nome do novo responsável por um dos maiores acervos da cultura regional no Estado ficou conhecido: Wagner Chaves assumiu na segunda feira, 10, o cargo de Diretor do Museu Théo Brandão.
- Atualizado em
Jhonathan Pino - jornalista
Bacharel em Ciências Sociais pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais e com o Mestrado e o Doutorado em Antropologia Social pelo Museu Nacional da Universidade do Rio de Janeiro, o carioca Wagner Chaves, de pai alagoano, só conheceu a Universidade alagoana em março de 2009, quando ingressou para o quadro de docentes do Instituto de Ciências Sociais (ICS), como professor adjunto. Desde então vem realizando atividades na recuperação e digitalização do acervo sonoro do Museu. Nas pesquisas, ele encontrou 414 títulos entre LPs, fitas de rolo e fitas cassete com registros das pesquisas de campo realizadas por Théo Brandão na década de 40.
Antes do projeto de resgate do acervo sonoro e visual no MTB, Wagner vem atuando junto ao universo das culturas populares, tendo realizado seu mestrado e doutorado sobre os “giros” rituais das Folia de Santos Reis e São José, no interior do Rio de Janeiro e no norte de Minas Gerais, além dos projeto “Celebrações e Saberes da Cultura Popular” e Programa de Apoio a Comunidades Tradicionais (PACA), ambos veiculados ao Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP\IPHAN).
Segundo Wagner, foi a partir destes trabalhos, que o seu nome foi indicado pelo Pró-reitor de Extensão, Eduardo Lyra e pela diretora do Instituto de Ciências Sociais, Rachel Rocha para que assumisse o Museu. “Creio que a escolha de meu nome para assumir o MTB esteja diretamente relacionada á essa minha experiência e trajetória de pesquisa e atuação nas áreas do patrimônio imaterial e das culturas populares”, diz Wagner.
Transição administrativa
Conforme Wagner, o processo de transição tem sido conduzido por Lysia Cabral, diretora administrativa do MTB, de uma forma tranqüila. E que apesar de ainda está conhecendo aos poucos a estrutura do Museu, ressalta que deve continuar com as boas iniciativas da antiga gestão. “Nesse sentido, destaco a boa e bem montada exposição permanente, projetos como o Mugunzá Cultural e o Programa Educativo. Na minha gestão, além de dar continuidade a essas ações bem sucedidas, pretendo propor novos projetos, entre os quais o que envolve a recuperação, digitalização e disponibilização do precioso acervo sonoro e visual”, esclarece Wagner.
O novo diretor informa que serão concentrados esforços para a elaboração participativa do Plano Museológico do MTB, que segundo ele é compreendido como a ferramenta básica de planejamento estratégico e indispensável para a identificação da vocação da instituição. “Essa identificação é fundamental para a definição, o ordenamento e a priorização dos objetivos e das ações a serem desenvolvidas nas áreas técnicas, administrativas, educativas, culturais e de pesquisa. Nessa direção, com vistas à elaboração e posterior implementação do Plano Museológico, além do trabalho da competente e dedicada equipe do quadro atual do Museu, deveremos ainda contar com a colaboração de profissionais especializados nas áreas como da museologia e arquivologia”.
Chaves também afirma que as ações e estratégias no MTB, tanto no âmbito da difusão, da preservação, ou da pesquisa, deverão estar em sintonia com a Política Nacional de Museus, tal como vem sendo proposta pelo recém criado Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) e para isso o Museu conta com um aporte de verbas da Universidade que cobrem as despesas para seu funcionamento, no entanto, os projetos e programas serão realizados principalmente mediante à captação de recursos junto à órgãos governamentais através de editais públicos e à empresas privadas.
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