O que eu faço além da academia: Francisco Fidelis
Quando se está em um barzinho, dificilmente alguém imagina que o músico dedilhando seu violão, envolvido de corpo e alma ao seu instrumento é um professor da Física. Primeiro porque poucos músicos são chegados a disciplina e segundo porque normalmente os profissionais das ciências exatas geralmente são relacionados à falta de sensibilidade para as artes. De cabelos longos e tocando sambas, chorinhos e frevos, Francisco Fidelis, professor do Instituto de Física (IF), contraria o senso comum e desde 1995 é encontrado nos bares, dividindo o palco com nomes da música alagoana.
- Atualizado em
Jhonathan Pino - jornalista
Quando começou a tocar clássicos da música popular brasileira com nomes como Nana Cordeiro, Wilma Araújo e Wilma Miranda, Francisco tinha apenas 19 anos e fazia graduação de Física na Ufal. Mas foi quando teve que se mudar para o Recife para fazer doutorado na Universidade Federal de Pernambuco, em 1999, que Fidelis teve contato com a música folclórica daquele estado e começou a fazer parte de orquestras de frevo na capital pernambucana.
Mas seu interesse pela cultura do estado vizinho não significou uma traição a terra dos guerreiros. Apesar de viver em Maceió desde um ano de idade, Fidelis tem raízes no interior pernambucano, na cidade de Goiânia, e ao se deparar com a cultura do frevo enquanto fazia o doutorado, o sangue falou mais alto e aflorou em Fidelis a paixão pela música regional. Assim ele começou a ter os primeiros contatos com o bandolim e a compor frevos.
Atualmente com uma lista de mais de 30 frevos e 20 choros, o professor revela na música instrumental a sua desenvoltura com música, que está disponível em vários vídeos em um canal do Youtube. Vez ou outra, tocando em bares como o Confraria Alagoana e Oráculo, o professor pode expressar sua paixão pela música ao lado de artistas como Kelly Rosa, Pauline Alencar, Wallyson Cunha e Trio Cai Dentro, tocando sempre um bom Choro ou Bossa Nova. Para quem ainda não conhece e está afim de ver algo mais autoral, pode acessar o frevo Santa Luzia ou o Rua das Sombras.