De olho no futuro, professor planta árvores em frente ao ICBS

Quando o novo prédio do Instituto de Ciências Biológicas e Saúde (ICBS) foi inaugurado, no último dia 25 de novembro, o sol forte e a falta de ventilação ao redor do prédio não incomodavam apenas os servidores e alunos com o calor, mas também os veículos deixados no estacionamento sem sombreamento algum. No entanto, se olhássemos de perto nos canteiros do estacionamento, perceberíamos um sinal de mudança: na verdade eram 70 sinais, ou mudas plantadas em frente aquela Unidade. Mudas que virarão árvores graças ao trabalho de vanguarda de um professor amante da natureza: André Normande.


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Normande utiliza casca de sururu para amenizar temperatura no solo da muda
Normande utiliza casca de sururu para amenizar temperatura no solo da muda

Jhonathan Pino - jornalista

Professor de Embriologia de cursos do ICBS e da Faculdade de Medicina (Famed), Normande percebeu que o prédio que abrigaria seu futuro local de trabalho, seria construído sem a preocupação com a arborização. Logo, o calor e a falta de árvores ao redor do novo prédio seria prejudicial a pele dos estudantes e a pintura de seus veículos. Foi pensando em solucionar esse problema que o professor resolveu agir por conta própria.

Com uma vontade maior de fazer, do que esperar por alguma solução institucional, ainda no mês de maio – seis meses antes da inauguração do prédio - Normande contratou uma pessoa para fazer as covas e trouxe suas próprias mudas para dar mais vida ao local. Vieram craibeiras, oitis, ipê-rosas, paus-de-formiga e outras espécies nativas com a missão de desbravar o solo seco e arenoso da Ufal.

Com o cuidado diário do professor Normande, o maior inimigo destas pequenas árvores não era o solo desfavorável e as rasas covas em que foram plantadas: a construção do prédio, ainda em andamento, e os tratores que limpavam os entulhos das obras tornaram-se verdadeiros predadores destas plantas. Mas isso não tirava a vontade do professor: "os carros pisam, as pessoas tiram, mas eu não espero por ninguém e nem desisto; eu planto outras, assim como o fiz no condomínio onde moro", diz Normande.

E além de replantá-las, Normande recomeçava um ciclo de plantar, aguar, trazer adubo e vê crescer as árvores, que já devem fazer sombra para os veículos nos próximos dois anos. "Também convidava os outros professores para trazerem adubo e cuidarem destas árvores, pois se todos eles ajudassem, elas cresceriam com menor dificuldade", relata o professor.

Com 16 anos na Universidade e outros dez pela frente, Normande diz que não quer parar por aqui: "espero fazer um pomar por trás da Unidade, para trazer uma melhor ventilação e impedir a entrada de poluição sonora nas salas de aula, já que o barulho das casas, por trás dos muros da Ufal, atrapalham o andamento das aulas no ICBS. Mas também devo plantar outras mudas na frente e entre os prédios da Famed e do ICBS", detalha.

Normande aceitou fazer essa matéria porque sabe da necessidade para que todos contribuam de alguma forma para o crescimento das árvores, que em um futuro não tão longe, trarão benefícios para os usuários da Ufal. A matéria também foi uma forma de apelo para que mesmo que as pessoas não ajudem de forma direta, o simples ato de não pisarem essas mudas já seria o suficiente para que a Ufal tenha um espaço mais verde.