José Áureo deixa a Famed e a Junta Médica depois de 37 anos de atuação
O ano termina com a despedida do servidor José Áureo Silva Melo, que se aposenta após 37 anos como professor e quase sete anos como presidente da junta médica da Ufal
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Jhonathan Pino - jornalista
Foi exatamente no dia 1º de janeiro de 1975 que José Áureo entrou na Ufal, como professor da Faculdade de Medicina (Famed), e será provavelmente no próximo dia 1º, que depois de quase quatro décadas, a universidade iniciará um novo ano letivo sem a participação do servidor em sua história.
Mas não é apenas como servidor que José Áureo atuou na Ufal. O médico entrou na instituição ainda na década de 60 e aqui se formou no curso de Medicina, em 1970, construindo um relacionamento de quase meio século entre o médico e a universidade.
Quando entrou na Ufal, como docente, ele passou a atuar nas áreas de Saúde Coletiva- Medicina do Trabalho, área em que é especialista. "A Ufal, naquele tempo, era totalmente diferente. Quando entrei, em plena época da ditadura, era-se exigido a assinatura de ponto, tanto na hora da entrada, como na hora da saída do servidor. Como nesta época eu tinha uma carga horária de 20 horas e também atuava em atividades externas à Ufal, eu tinha que subir para a universidade pelo menos duas vezes por dia para assinar o ponto", relatou.
Conforme o professor, além do rigor com que eram tratados os servidores, a estrutura física da Faculdade não era propícia nem para os alunos, nem para os servidores. "Tínhamos poucos recursos e as salas de aula eram em galpões de madeira da Petrobras, o que tornava o ambiente de ensino muito ruim, devido ao calor. De lá para cá as instalações melhoraram bastante", acrescentou.
Atuação na Junta Médica
Quando foi convidado pela reitora Ana Dayse Dorea para atuar como presidente da Junta Médica, em abril de 2005, José Áureo passou a ficar mais 20 horas por semana na universidade. Ele então teve mais oportunidade de pôr em prática na Ufal os conhecimentos adquiridos com sua especialização em Medicina do Trabalho.
Ao atuar fazendo o exame admissional dos servidores e as avaliações de capacidade de trabalho para a concessão de licenças, José Áureo começou a ter contato com todo o pessoal envolvido com a universidade.
Dentro de sua salinha da Perícia Médica, nos últimos setes anos, José Áureo pôde constatar a realidade da saúde daqueles que formam a Ufal. "o que eu vejo aqui é que muitos professores tem ingressado com idade avançada e, por isso, alguns deles já possuem hipertensão e algumas doenças adquiridas com a idade, mas isso não impede de atuarem no ambiente de aula. Esse é um sinal para que a universidade tenha um cuidado maior na forma como trabalhar com esses servidores", relatou José Áureo.
No último ano, enquanto se preparava para se aposentar, Áureo começou a trabalhar com o Sistema Integrado de Assistência à Saúde do Servidor (Siass), um sistema nacional que visa padronizar e informatizar os procedimentos para a saúde do servidor federal. "O sistema ainda está em adaptação na universidade e isso torna alguns procedimentos ainda confusos para o servidor. Essa é uma das constatações que devem ser aprimoradas e revistas pela Ufal", acrescentou.
Para ele, é necessário que esses procedimentos sejam de conhecimento de servidores e alunos. "A melhoria da infraestrutura da perícia, aliada a essa comunicação é o que vai tornar o nosso trabalho mais eficiente", assegurou.